quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Indústria se acomoda e reforça expectativa com fim do aperto monetário

do Valor Online

O resultado da produção industrial brasileira - queda de 1% ante maio, como anunciou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - ficou próximo da expectativa do mercado, sinaliza acomodação para instituições financeiras e consultorias e tende a confirmar a perspectiva de que o ciclo de aperto monetário está perto de ser concluído pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg Consultores Associados, projeta retomada da produção industrial "na margem" em julho, considerando a retração confirmada em junho dentro do previsto.

"Acredito que a Selic ainda terá mais uma elevação em setembro, mas sob influência maior do cenário externo do que por fatores domésticos. Até a próxima decisão do Copom, ainda teremos mais um resultado de produção industrial, de julho, e ele deve ser positivo. É fato que a inflação segue recuando por influência dos alimentos. Mas a perspectiva de atividade não tão forte lá fora tende a reforçar a tese de que o ciclo de aperto monetário está se aproximando do final", explica a economista.

A LCA Consultores comenta, em relatório, que o resultado da produção industrial de junho "corrobora a percepção de perda de dinamismo da atividade econômica, reforçando a avaliação de que o ciclo de elevação da taxa de juros está bastante próximo do fim".

A consultoria alerta, porém, que o resultado deve ter sido influenciado negativamente pela Copa do Mundo de futebol. De acordo com um estudo econométrico desenvolvido pela LCA, o evento esportivo tende a mudar a sazonalidade da produção industrial, fazendo com que o indicador fique, nos meses de junho, cerca de 1,3% abaixo do seu nível "normal".

"Por ora, mantemos inalterada nossa projeção para a produção industrial em 2010, de 11,5%. Este número corresponde a um crescimento marginal médio de 0,4% por mês no segundo semestre - bastante abaixo das médias verificadas ao longo de 2009 (+1,5%) e no 1º trimestre de 2010 (+2%). Para 2011, nossa projeção é de crescimento de 3,5%", informa a LCA.

André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, concorda que o resultado da produção industrial, divulgado nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra desaceleração.

"A queda de 1% em junho, quando a Copa do mundo ´roubou´ alguns dias de trabalho, evidenciou que a atividade estacionou", comenta Perfeito, que não vê os dados como negativos. "Se por um lado a atividade desacelerou agora, não será surpresa vermos a produção de julho com alta expressiva. Afinal, é só reocupar a atividade dos dias parados para termos, em conjunto, um produto maior", conclui o economista.

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Oleh

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