segunda-feira, 30 de maio de 2016

Maioria dos economistas acredita que saída da UE prejudicará Reino Unido, mostra pesquisa




LONDRES (Reuters) - Nove em cada 10 dos principais economistas da Grã-Bretanha, que atuam no distrito financeiro de Londres, na academia e em pequenas empresas, acreditam que a economia será prejudicada caso o Reino Unido deixe a União Europeia, mostra uma pesquisa divulgada neste domingo.

A pesquisa, que segundo o jornal Observer seria a maior de seu gênero e entrevistou mais de 600 economistas, é um combustível para o primeiro-ministro David Cameron que lidera a campanha para que o Reino Unido permaneça no bloco de 28 membros no referendo marcado para 23 de junho, apesar da oposição de alguns membros de seu partido.

Realizada pelo instituto Ipsos-MORI, a pesquisa revela que 88 por cento dos entrevistados acreditam que uma saída da UE e do mercado único prejudicaria as perspectivas de crescimento da Grã-Bretanha ao longo dos próximos cinco anos e 82 por cento disseram que provavelmente haveria um impacto negativo sobre a renda das familiares.

De acordo com o Observer, os profissionais entrevistados são membros de órgãos representativos mais respeitados da categoria, como a Sociedade Real de Economia e da Sociedade de Economistas Empresariais.

Militantes de ambos os lados miram na economia como uma das principais batalhas para ganhar eleitores indecisos, no que está se transformando em uma luta cada vez mais amarga sobre o futuro da Grã-Bretanha.

Os que querem a saída do bloco afirmam que a Grã-Bretanha ficaria livre de regulação e burocracia, caso deixe a União Europeia, sendo capaz de negociar seus próprios acordos comerciais sem ter para agradar a 27 outros países.

A campanha pela permanência, porém, tem calcado o argumento de que a Grã-Bretanha sofreria uma recessão econômica, prejudicando a libra, o emprego e os salários.

“A pesquisa confirma o ponto de vista geral dos economistas: deixar a EU prejudicaria nossa economia, custando empregos e elevando os preços”, disse Cameron em um comunicado.

(Por Elizabeth Piper)

Premiê japonês vai adiar aumento de imposto para 2019, diz fonte do governo





TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, planeja adiar por dois anos e meio um aumento no imposto sobre as vendas, disse uma fonte do governo neste domingo, à medida que a economia patina e Abe se prepara para uma eleição nacional.

Abe comunicou no sábado seu plano para adiar o aumento de impostos, pela segunda vez, até outubro de 2019, ao ministro das Finanças, Taro Aso, e ao secretário-geral do Partido Liberal Democrata, Sadakazu Tanigaki.

Também se espera do primeiro-ministro, que prometeu anunciar na terça-feira medidas para estimular o crescimento econômico e promover a reforma estrutural, a solicitação de um orçamento extra para financiar medidas de estímulo, com apenas dois meses do novo ano fiscal e no encalço de um orçamento suplementar para financiar a recuperação dos recentes terremotos no sul do Japão.

Depois de presidir na sexta-feira uma cúpula de líderes do G7, Abe disse que o Japão vai mobilizar "todos as ferramentas políticas" --incluindo a possibilidade de atrasar o aumento de impostos-- para evitar o que chamou de uma crise econômica na escala da crise financeira mundial de 2008 que ocorreu após a quebra do Lehman Brothers.

"Há um risco de a economia mundial entrar em crise, caso não haja uma política adequada de resposta", disse Abe à imprensa após a cúpula. Para desempenhar o seu papel, o Japão "deve reacender poderosamente o motor do Abenomics", disse ele, referindo-se a suas políticas monetárias frouxas que visam tirar o Japão de uma deflação e crescimento irregular que já dura duas décadas.

Há tempos Abe diz que vai avançar com um plano para aumentar a taxa de imposto de 8 por cento para 10 por cento em abril de 2017, a menos que o Japão enfrente uma crise da mesma magnitude do choque Lehman.

De acordo com ele, o G7 “compartilha um forte senso de crise” no que diz respeito às perspectivas mundiais, com o risco mais preocupante sendo uma contração global liderada por uma desaceleração em economias emergentes como a China.

Outros líderes do G7, no entanto, parecem divergir sobre o risco de uma crise global, e sugeriram que Abe estaria usando o G7 para justificar o atraso para um doloroso aumento de impostos no Japão.
Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

LARISSA BORGES
do PORTAL UNIVERSO, em BELO HORIZONTE, (MG)

Crise economica, altos índices de desemprego, lojas fechando, empresas falindo, com todas essas ações vem baixando os padrões de vida dos brasileiros. O casal Fernanda, desempregada, e o esposo, Maurício Gomes, auxiliar administrativo, estão sentindo na pele os impactos da crise.

"O aluguel foi reajustado, nós pagamos financiamento de carro, prestações, e ainda temos despesa, é uma situação complicada.", disse Maurício. Segundo ele, algumas regalias foram cortadas. Entre elas a escola dos dois filhos, eles passaram de uma escola particular para uma pública.

"Já economizou 600 reais do salário.", conta Maurício. Fernanda foi dispensada em abril, ela era atendente de uma loja de roupas em Belo Horizonte. "Depois que eu sai as contas afundou nossa renda. E agora que a luz em Minas vai aumentar nós estamos nos preocupando cada dia mais.", disse Fernanda.

Segundo um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), entre os anos de 2015 e 2016 a classe que abrange famílias com renda média de R$ 4,9 mil (chamada de B2) perdeu 533,9 mil domicílios. A categoria dos que ganham R$ 2,7 mil (C1) encolheu em 456,6 mil famílias.

As classes mais pobres, contudo, ganharam reforço. No âmbito das famílias que têm renda média de R$ 1,6 mil (C2), o incremento foi de 653,6 mil domicílios. Outras 260 mil famílias passaram a fazer parte das classes D e E, com renda média de apenas R$ 768.

"Porcentualmente, esse movimento é pequeno. Mas, em termos absolutos, estamos falando em um acréscimo de mais de 910 mil famílias nas classes pobres em apenas um ano. É um número expressivo", afirma Luis Pilli, da Abep, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Resultado que chama atenção da Abep é que a classe A, a mais rica e que conta com reservas financeiras e de patrimônio para se defender da alta da inflação e do desemprego, cresceu em 109,5 mil famílias no período. Com isso, ao todo, 1,023 milhão de domicílios, ou cerca de 4 milhões de pessoas, se movimentaram de alguma forma na escala social por causa da crise – a maioria, porém, perdendo o status anterior.