segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Funcionários do Frigorífico Mataboi de Araguari ainda temem demissão

JASON GUEDES
do PORTAL TRIÂNGULO, em ARAGUARI, (MG)

Segundo esses funcionários, muitos colegas de trabalho foram desligados da empresa após o incêndio.

O incêndio que causou o prejuízo de mais de R$ 40 milhões de reais no frigorífico Mataboi vem causando medo em funcionários da empresa. Segundo esses funcionários, muitos colegas de trabalho foram desligados da empresa após o incêndio.

Atualmente o frigorífico voltou a funcionar o setor de abate bovino. Funcionários de outros setores receberam férias antecipadas, outros funcionários estão recebendo com base na lay-off, onde entra recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.

"Os que estão afastados com base de lay-off eles precisam fazer um curso de qualificação da mão de obra. Devem ter 75% de presença.", explica a repórter Gabriela Borelli, que ouviu os trabalhadores do frigorífico.

Ainda não tem uma previsão exata para o retorno das atividades da empresa em Araguari.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Caixa pode precisar de aporte de R$5 bi do governo neste ano, diz Folha





(Reuters) - A Caixa Econômica Federal [CEF.UL] pode precisar de um aporte de 5 bilhões de reais do governo neste ano para cobrir um rombo no fundo de pensão de seus trabalhadores, a Funcef, disse o jornal Folha de S. Paulo em reportagem publicada neste domingo.

O potencial aporte está em discussão entre executivos do banco e pode ser até maior, conforme a forte recessão do país eleva as taxas de inadimplência em empréstimos e afeta as receitas do banco, afirmou a Folha, sem citar as fontes da informação.

Procurados, porta-vozes da Caixa e do Ministério da Fazenda não responderam imediatamente a pedidos de comentário.

O novo presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse no último mês que o banco não precisaria de aporte de recursos pelo governo, uma vez que a instituição busca gerar recursos com a venda de fatias em seus negócios de seguros, loterias e cartões de crédito.

(Por Silvio Cascione)

Principais candidatas britânicas discordam sobre urgência de saída da UE





LONDRES (Reuters) - As duas principais candidatas ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido discordaram neste domingo sobre quão rapidamente devem ser iniciadas as negociações de um plano para a saída dos britânicos da União Europeia.

Theresa May, secretária de Estado e partidária do voto pela permanência no referendo do dia 23 de junho, disse que o Reino Unido precisava ser claro sobre sua posição nas negociações e que ela não se apressaria a iniciar o processo formal de saída neste ano.

Andrea Leadsom, ministra-adjunta de Energia que surgiu nos primeiros dias da disputa em maio como forte rival entre os que apoiavam a saída do bloco, adotou um tom mais urgente, dizendo que o Reino Unido precisa "sair na frente e progredir".

Os britânicos optaram por 52 por cento dos votos pela saída do bloco ao qual se juntaram em 1973, derrotando uma campanha liderada pelo primeiro-ministro David Cameron, que na manhã seguinte disse que iria renunciar devido ao resultado.

Cinco candidatos competem para suceder Cameron nos cargos de líder do Partido Conservador e de primeiro-ministro, número que será reduzido a dois pelos parlamentares do partido durante o verão europeu, antes de o partido escolher o vencedor em 9 de setembro.

Neste domingo, a mídia britânica sugeriu que alguns parlamentares conservadores que apoiam May tentam persuadir Leadsom e outros candidatos a desistirem para que a candidata possa se instalar em Downing Street rapidamente e trazer de volta a estabilidade, além de iniciar as negociações para a saída da UE.

Líderes da UE têm pressionado o Reino Unido a apressar o início de seu processo de saída e assim evitar um período prolongado de incertezas, considerado desestabilizador para os outros 27 Estados-membros.

Uma vez iniciado o processo, começa uma contagem de até dois anos para um acordo sobre os termos da saída da UE.

(Por Estelle Shirbon e Paul Sandle; reportagem adicional de Michael Holden)

Políticos alemães pedem melhorias na UE após referendo do Reino Unido





BERLIM (Reuters) - Importantes políticos alemães pediram melhorias nos processos da União Europeia para acelerar decisões e ampliar o apelo do bloco junto aos cidadãos, em declarações feitas apenas uma semana após o Reino Unido votar em referendo pela saída da UE, em uma decisão que surpreendeu o mundo.

O ministro das Finanças Wolfgang Schaeuble disse que é urgente que os membros da UE sejam mais pragmáticos e levem em conta uma visão "intergovernamental" para resolver problemas.

Ele reclamou que os políticos da UE levaram muito tempo para tomar decisões sobre a crise de imigrantes iniciada em 2015 e disse que Bruxelas trabalha com prazos longos demais.

Ele afirmou, no entanto, que reformar as instituições europeias ou mudar tratados europeus demoraria muito e negou que estivesse pedindo uma redução dos poderes da Comissão Europeia.

Já o ministro da Economia alemão Sigmar Gabriel pediu uma redução no número de membros da comissão europeia, em entrevista ao jornal Neue Osnabruecker Zeitung publicada no sábado.

Ele também disse que a UE deveria rever a distribuição de seu orçamento e avaliar se o bloco deveria continuar a direcionar cerca de 40 por cento de seus recursos à agricultura, enquanto muito menos dinheiro vai para pesquisa, inovação ou educação.

O presidente do parlamento europeu Martin Schulz, disse em um artigo que a Comissão Europeia deveria se tornar "um verdadeiro governo Europeu", sujeito ao controle do Parlamento Europeu e a uma segunda câmara formada por representantes dos Estados-membros.

Schaeuble também disse neste domingo que o voto do Reino Unido por sair do bloco e o crescente ceticismo em relação à UE em outros países mostram que a União Europeia precisa explicar melhor seu papel às pessoas e entregar resultados visíveis mais rapidamente.

"Claro que devemos manter os laços nacionais-- ninguém quer se livrar deles-- mas há algumas coisas que a Europa só pode resolver melhor se unida...mas nós precisamos provar isso".

(Por Michelle Martin)

sexta-feira, 24 de junho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Investimento estrangeiro cresce 38% no mundo, mas Brasil não abocanha nada





Em meio à crise econômica, fluxos de aplicações vindas do exterior caíram 12% no Brasil.

Foto: Reprodução / BBC

Apesar dos fluxos mundiais de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) terem crescido 38% em 2015, atingindo US$ 1,76 trilhão - o maior nível desde a crise financeira de 2008 -, no Brasil houve uma queda de 12%, segundo estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) publicado nesta terça-feira.

Esses recursos estrangeiros, investidos em atividades produtivas, criações, fusões e aquisições de empresas e empréstimos entre matrizes e filiais, totalizaram US$ 64,6 bilhões no Brasil em 2015, de acordo com o relatório "Investimento Mundial 2016" da organização.

No ano anterior, o volume havia sido de US$ 73 bilhões. Com a diminuição, o Brasil caiu quatro posições no ranking dos países que mais atraem investimentos estrangeiros diretos no mundo, mas ainda se mantém em posição de destaque, no oitavo lugar.

A queda no Brasil não foi uma das mais acentuadas entre os 20 países que atraíram maior volume. Na Austrália, a redução foi de 45% - o país passou de 9° a 17° entre os que mais recebem aplicações vindas do exterior voltadas à produção.

Segundo a Unctad, a "atividade geral de investimento no Brasil despencou durante o ano". A organização acrescenta que a recessão econômica no país e a redução dos ganhos das empresas fez com que os lucros reinvestidos (quando a companhia decide manter os valores no país, em vez de repatriá-los para a matriz) caíssem 33%.

Já os investimentos estrangeiros para a compra de ativos, como máquinas e terrenos ou abrir fábricas e escritórios, tiveram crescimento "modesto" de 4% no Brasil, segundo o relatório.

"Apesar da crise na produção automotiva, os investimentos estrangeiros nesse setor industrial aumentaram bruscamente com a retomada de projetos anunciados anteriormente", diz a Unctad.

O setor da saúde também registrou grande aumento nas aplicações, que passaram de US$ 16 milhões para US$ 1,3 bilhão com a nova lei que permite ao capital estrangeiro ter inclusive o controle de empresas desse segmento, como planos de saúde, afirma o estudo.

"A queda do real também criou oportunidades para comprar ativos brasileiros a preços mais baixos", diz a Unctad, citando o exemplo da British American Tobacco, que lançou oferta para adquirir a totalidade das ações de sua filial Souza Cruz no mercado por US$ 2,5 bilhões.

Brics

O investimento estrangeiro direto no Brics (grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) caiu 5,5% em 2015. Com isso, a participação do bloco no total mundial caiu de 21%, em 2014, para 15% no ano passado.

"O crescimento do investimento na China e Índia não pode compensar totalmente o declínio no fluxo de IED para outras economias do grupo", afirma a Unctad.

A China representa sozinha mais de 50% do total de aplicações recebido em países do Brics.

No gigante asiático, os investimentos estrangeiros diretos cresceram pouco mais de 5% em 2015, totalizando US$ 136 bilhões. O país caiu do primeiro para o terceiro lugar entre as economias que mais atraem IED no mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, que assumiram a liderança, e de Hong Kong, região da China que tem um sistema político e econômico separado.

Fusões e aquisições

Segundo a Unctad, o forte aumento em nível mundial nas fusões e aquisições internacionais, que passaram de US 432 bilhões em 2014 para US$ 721 bilhões em 2015, foi o principal fator que permitiu a forte recuperação do nível desses investimentos no ano passado.

Essas aquisições deverão provocar, por parte das multinacionais, importantes reconfigurações corporativas, como mudanças de sede por razões estratégicas ou fiscais (para países com impostos mais baixos).

A organização ressalta que descontado esse aspecto de reconfiguração corporativa em grande escala, decorrente das fusões e aquisições, o aumento do fluxo de investimento estrangeiro direito mundial foi "bem mais moderado" em 2015 - em torno de 15%, em vez dos quase 40% anunciados.

A organização alerta, no entanto, contra os riscos de excesso de otimismo.

"Apesar do salto de quase 40% no fluxo de IED mundial e da esperança de que os investimentos internacionais estão por fim retornando a um crescimento sustentável, ainda não estamos fora de perigo", afirma o secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi.

Propostas para retomada da economia serão apresentadas em 15 dias, diz ministro do Planejamento





O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou na quarta-feira que em 15 dias será apresentado um conjunto de propostas para a retomada da economia, de cunho mais regulatório.

Em entrevista à imprensa, ele explicou que as propostas não poderão trazer encargos fiscais elevados ao Estado e buscarão destravar investimentos e diminuir riscos jurídicos.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Tribunal dos EUA aceita pedido de tutela provisória da Oi





Além da Oi, a tutela provisória também abrange as subsidiárias Telemar Norte Leste, Oi Brasil Holdings Coöperatief e Oi Móvel.

A operadora de telecomunicações Oi informou que um tribunal nos EUA deferiu pedido de tutela provisória, que impede que credores iniciem ações e rescidam contratos com a operadora e suas subsidiárias que pediram recuperação judicial.

"Essa tutela provisória será mantida até que os devedores obtenham reconhecimento integral da corte americana de seus pedidos conforme o Capítulo 15", disse a Oi, em comunicado referindo-se ao trecho do código de falências norte-americano que menciona casos internacionais. Com este reconhecimento, os devedores e seus bens serão protegidos nos EUA.

Além da Oi, a tutela provisória também abrange as subsidiárias Telemar Norte Leste, Oi Brasil Holdings Coöperatief e Oi Móvel.

Com uma dívida de 65,4 bilhões de reais, a Oi e seis subsidiária pediram recuperação judicial na segunda-feira na justiça brasileira.

A audiência do Tribunal Federal de Falências no Distrito Sul de Nova York para avaliar os pedidos dos devedores está marcada para 21 de julho.

(Por Juliana Schincariol)

BB vai provisionar R$650 mi no balanço do 2o tri por empréstimos para Oi, diz fonte





Com o pedido de recuperação judicial da Oi, o percentual de provisão sobe já neste trimestre para 30 por cento, o que exigirá uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais.

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil fará uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais no balanço do segundo trimestre, após a operadora de telecomunicações Oi ter pedido recuperação judicial no início desta semana, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

Cerca de 3 por cento do empréstimo bancário do BB de 2,4 bilhões de reais à Oi já estava provisionado pelo banco, ao redor de 72 milhões de reais, de acordo com a fonte.

Com o pedido de recuperação judicial da Oi, o percentual de provisão sobe já neste trimestre para 30 por cento, o que exigirá uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais.

"Se o juiz aceitar o pedido (de recuperação) da Oi, o provisionamento deve subir para a casa de 50 por cento", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Nesse caso, uma nova provisão de mais aproximadamente 500 milhões de reais poderia acontecer a partir do terceiro trimestre, disse a mesma fonte.

TÍTULOS DE DÍVIDA

O BB também está exposto a bônus internacionais e debêntures da Oi, com valor de cerca de 1,9 bilhão de reais.   

Uma segunda fonte disse à Reuters que a Caixa Econômica Federal tem exposição semelhante ao BB em títulos de dívida da Oi, na casa do 1,9 bilhão de reais.

Para esses ativos, a perda será registrada, tanto por BB quanto por Caixa, na coluna do resultado com Tesouraria, que mede a rentabilidade das instituições financeiras com a aplicação de recursos próprios. A perda com a marcação a mercado dos títulos não tem efeito caixa.

A Oi tem uma série de títulos de dívida no Brasil e no exterior, com diferentes prazos e estruturas de garantias. Alguns dos bônus da empresa de telecomunicações mais líquidos no exterior tiveram desvalorização superior a 50 por cento do valor de face desde março até esta quarta-feira.

A segunda fonte disse que a Caixa não tem empréstimo bancário para a Oi.

(Por Aluísio Alves)

Eletrobras terá aporte de R$3,5 bi e pode vender Celg-D até setembro, diz governo





O governo federal já definiu que realizará um aporte de capital de 3,5 bilhões de reais na estatal Eletrobras e que a privatização da distribuidora de energia Celg-D, controlada pela elétrica, deverá acontecer até agosto ou setembro, disse nesta quarta-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

Segundo Pedrosa, esse montante de capitalização da Eletrobras já foi definido entre os ministérios de Minas e Energia e Fazenda. Os recursos virão da arrecadação com bônus de outorgas cobrados em um leilão de hidrelétricas antigas realizado em novembro passado.

"O aporte de 3,5 bilhões de reais já foi definido com a Fazenda, esse é um que está definido", disse Pedrosa, sem dar mais detalhes sobre como será feita a capitalização da estatal.

A Eletrobras vinha pedindo à União um aporte de ao menos 5 bilhões de reais, além de uma capitalização de 1 bilhão de reais que já foi anunciada em abril.

Em conversa com jornalistas após participar de evento da Abradee, que representa investidores em distribuição de energia, Pedrosa também disse que o governo vai dar continuidade ao processo de venda da Celg-D, que já está em andamento, para poder concluir a operação no curto prazo.

A distribuidora, responsável pelo fornecimento de energia em Goiás, tem como acionista também o governo do Estado, como minoritário.

SUBSÍDIOS NO ALVO

Pedrosa também afirmou que até o fim desta semana devem ser anunciados "complementos" ao texto da Medida Provisória 706, que beneficia estatais de energia e foi convertida em lei e publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

Segundo ele, as medidas adicionais envolveriam a busca pela definição de algum tipo de limite para os custos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que arca com diversos subsídios e outros encargos no setor elétrico.

O fundo é abastecido com a cobrança de encargo nas tarifas de energia dos consumidores.

Pedrosa destacou que os subsídios bancados pelo fundo cresceram tanto que já são superiores à remuneração recebida pelas distribuidoras de energia pela prestação de seus serviços.

"Hoje os encargos da CDE pesam mais para os consumidores brasileiros do que todo o custo de distribuição. Se você somar todos os custos de todas as distribuidoras o valor final é inferior ao custo dos encargos da CDE. Isso não parece ser razoável”, disse.

Pedrosa confirmou ainda que o governo estuda, entre outras medidas, tirar da Eletrobras a gestão do fundo que administra os recursos da CDE, como antecipado pela Reuters na semana passada.

(Por Leonardo Goy)

Kassab afirma que governo não vai injetar dinheiro público na Oi

ALEX LISBOA
do PORTAL UNIVERSO, em BRASÍLIA, (DF)

A Oi, maior companhia de telefonia fixa do Brasil e seis subsidiárias pediram recuperação judicial. A empresa incluiu no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse após uma reunião  o titular da Fazenda, Henrique Meirelles, que o governo não vai injetar dinheiro público na Oi. 

"A intervenção, que é um instrumento do governo, evidente que pode ser usada, mas não está no horizonte do governo. Esperamos que a recuperação judicial seja deferida, que aconteça, e a empresa terá em todos os momentos o nosso apoio. Mas deixando claro que apoio não significa benefício. A intervenção, que é prevista em lei, é o último recurso. Esperamos que a renegociação das dívidas aconteça", disse Kassab. "Essas negociações, inclusive com os bancos brasileiros, correm com a sua autonomia, com a sua independência.", completou o ministro.

A Oi, maior companhia de telefonia fixa do Brasil e seis subsidiárias pediram recuperação judicial. A empresa incluiu no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. 

De acordo com Kassab, o governo vai acompanhar o caso com atenção - e o monitoramento da qualidade dos serviços, para evitar que os clientes da companhia sejam prejudicados. 

Segundo a agência Reuters, o Banco do Brasil fará uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais no balanço do segundo trimestre, após a Oi ter pedido recuperação judicial. BB e Caixa Econômica Federal, ambos controlados pelo governo federal, têm exposição a títulos de dívida da Oi de cerca de 1,9 bilhão de reais cada um.

Intervenção da Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda pode fazer uma intervenção na empresa se caso haver repasse de recursos devidos a outras operadoras, ou piora no serviço prestado aos consumidores. Até o momento não houve registros de reclamações de consumidores da Oi.

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) defendeu a intervenção da Anatel na Oi, prevista na Lei Geral de Telecomunicações (LGT). Segundo o Idec, notificará a agência reguladora solicitando sua intervenção no caso Oi, a fim de trazer segurança econômica, ao sistema de telecomunicações do país e aos consumidores, protegendo-os de eventuais falhas no processo.

Ainda segundo o Idec, na prática, durante o processo de recuperação judicial, a Oi passa a ter alguns benefícios previstos na Lei 11.101/2005. Entre eles, a suspensão por 180 dias das ações movidas por todos os credores, inclusive pelos consumidores, contra a operadora, mas só as que estiverem em fase de pagamento.

O Idec ainda informou que os usuários que tiverem quaisquer prejuízos relacionados à suspensão de serviços devem procurar a operadora. Caso não obtenham êxito, devem registrar reclamação nos Procons locais e no Consumidor.gov.br, plataforma virtual da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Na China, Merkel fala sobre Estado de Direito e acesso a mercado





PEQUIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, enfatizou o papel de um Poder Judiciário independente e a necessidade de condições equilibradas para empresas estrangeiras, no início de sua nona viagem à China desde que chegou ao poder.

Merkel chegou à China no domingo em meio a crescentes pressões da indústria e de grupos de defesa de direitos civis por uma abordagem mais firme com os chineses.

O governo chinês está supervisionando uma ampla repressão a grupos de direitos humanos e ativistas e enfrenta queixas de empresas estrangeiras sobre restrições ao acesso ao mercado.

Em discurso a estudantes em uma universidade de Pequim, Merkel explicou a importância do Estado de Direito.

"Isso significa que o Judiciário decide de acordo com as leis e a legislação de um país independentemente da política, e todo mundo é igual perante a lei. Isso significa que os procedimentos dos tribunais e as regras têm que ser transparentes", disse.

"Se interpretado dessa maneira, o Estado de Direito fortalece a confiança dos cidadãos nas instituições estatais e em suas decisões. E, portanto, também fortalece a estabilidade social de um país."

Os tribunais da China são controladas pelo Partido Comunista, no poder, ainda que o presidente chinês, Xi Jinping, esteja tentado avanços.

(Reportagem de Ben Blanchard e Andreas Rinke)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Presidente afastada Dilma Rousseff 'esqueceu' da economia brasileira

Presidente afastada Dilma Rousseff 'esqueceu' da economia brasileira

JASON GUEDES
do UNIVERSO ECONOMIA, em SÃO PAULO, (SP)

OPINIÃO / DEBATE

A presidente afastada Dilma Rousseff acaba se esquecendo da economia brasileira, em seus discursos, entrevistas, ou palestras Dilma sempre se esquece da situação econômica do país, da economia, desemprego, e falência de empresas.

Quem vem buscando recuperar a credibilidade da economia do país é o governo interino de Michel Temer, que vem reduzindo ministérios, cortando gastos, e atendendo demandas sindicais e empresariais na tentativa de retomar o crescimento da economia, o que o governo anterior não fazia.

Com Dilma o Brasil vinha apenas desgastando sua economia, perdendo pontos nas agências de classificação, e perdendo a confiança dos investidores pela politica econômica duvidosa do governo petista.

Ipiranga, da Ultrapar, acerta compra da distribuidora de combustíveis Ale por R$2,17 bi





SÃO PAULO (Reuters) - A Ultrapar informou que sua subsidiária Ipiranga acertou a aquisição da distribuidora de combustíveis Ale por 2,17 bilhões de reais, com o objetivo de complementar sua rede na região nordeste, onde possui menor participação de mercado.

A Ale, que afirma ser a quarta maior distribuidora do país, possui rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, enquanto a Ipiranga detém 7.241 postos e rede de 1.919 lojas am/pm.

"A rede Ale, com sede em Natal (RN), tem forte presença no Nordeste e complementa geograficamente a rede de postos da Ipiranga, que possui menor participação nesses mercados em relação ao restante do país e tem focado seus investimentos nessa região", disse a Ultrapar em comunicado.

A combinação com a Ale também proporcionará maior escala operacional e maior eficiência logística, segundo a Ultrapar.

O negócio está sujeito à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de acionistas da Ultrapar.

O valor a ser pago pela Ale terá dedução da dívida líquida da companhia no fim do ano passado e será sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento na data do fechamento da transação. O endividamento líquido da Ale era de 737 milhões de reais no fim de dezembro de 2015.

A Ale encerrou 2015 com receita de 11,4 bilhões de reais e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 275 milhões de reais.

(Por Priscila Jordão)

Desemprego atinge mais os jovens com menos de 25 anos de idade, aponta pesquisa

SILVANA PATALÃO
do PORTAL UNIVERSO, em SÃO PAULO, (SP)

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego.

Foto: Getty Images

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego. Ainda segundo o estudo, a situação é mais grave no Nordeste, entre mulheres e jovens, entre pessoas com ensino médio incompleto e moradores das regiões metropolitanas. 

No quarto trimestre de 2015 o índice era de 15,25% e passou para 26,36% no 1° trimestre deste ano. De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2016 a taxa de desemprego alcançou 11,2%, 3,2 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior.

"Após atingir um pico de 44% no terceiro trimestre de 2012, os jovens ocupados eram apenas 37% no primeiro trimestre de 2016", aponta a Carta de Conjuntura do Ipea referente ao mês de junho.

De acordo com Ipea, até 2015, a queda na ocupação era mais reflexo do aumento dos que apenas estudavam do que da elevação de desempregados. Na comparação por regiões, a taxa de desemprego no Nordeste continua sendo a mais elevada do País. O indicador subiu de 10,45% no quarto trimestre do ano passado para 12,80% no primeiro trimestre deste ano. Na região Sul, onde a taxa de desemprego é a mais baixa do País, o indicador oscilou de 5,69% para 7,35%. A taxa geral do Brasil variou de 8,96% para 10,90% no mesmo período de comparação.

O desemprego ainda atinge mais mulheres 12,75% contra 9,48% dos homens. Aqueles que não são chefes de família (15%) do que aqueles que são (6,07%) e mais quem mora nas regiões metropolitanas (11,93%) do que quem mora fora delas (10,13%).

"Desde o último trimestre de 2015, os dados da PNADC indicam que o aumento do desemprego foi causado majoritariamente pela queda da população ocupada, tendo sido reduzida a contribuição do aumento da população economicamente ativa (PEA)", aponta o estudo do Ipea, em referência à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. "Por outro lado, o aumento do desemprego não tem sido ainda mais intenso, pois muitos trabalhadores têm tomado a iniciativa de se tornarem trabalhadores por conta própria", complementa a Carta de Conjuntura.

Ainda de acordo com Ipea, a situação de desemprego do País continuou a se deteriorar no início do segundo trimestre. Tanto que a taxa de desemprego, que terminou o primeiro trimestre em 10,90%, subiu para 11,2% no trimestre móvel que inclui o mês de abril.

Rendimento Salarial


Com o aumento do desemprego, a renda média do trabalhador ficou praticamente estável, em contraste a uma taxa de inflação que oscila ao redor de 10% ao ano. "A média dos rendimentos no primeiro trimestre ficou em R$ 1.974,00, apenas R$ 5 maior que a média do último trimestre de 2015, porém bastante abaixo dos R$ 2.040,00 observados no início de 2015 e final de 2014", aponta o documento. No trimestre encerrado em abril, o rendimento médio já havia caído mais um pouco, para R$ 1.962,00.

Segundo o Ipea, a Pnadc mostra que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação.


Ainda segundo o Ipea, os dados da PNADC, ressalta o Ipea, mostram que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação No grupo de pessoas que recebem menos que o mínimo, os rendimentos reais caíram aproximadamente 10% nos últimos 12 meses. "Já o rendimento real do decil superior da distribuição de renda caiu 6,7% no último ano", compara o Ipea, ao analisar os dados do primeiro trimestre deste ano.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Maioria dos economistas acredita que saída da UE prejudicará Reino Unido, mostra pesquisa




LONDRES (Reuters) - Nove em cada 10 dos principais economistas da Grã-Bretanha, que atuam no distrito financeiro de Londres, na academia e em pequenas empresas, acreditam que a economia será prejudicada caso o Reino Unido deixe a União Europeia, mostra uma pesquisa divulgada neste domingo.

A pesquisa, que segundo o jornal Observer seria a maior de seu gênero e entrevistou mais de 600 economistas, é um combustível para o primeiro-ministro David Cameron que lidera a campanha para que o Reino Unido permaneça no bloco de 28 membros no referendo marcado para 23 de junho, apesar da oposição de alguns membros de seu partido.

Realizada pelo instituto Ipsos-MORI, a pesquisa revela que 88 por cento dos entrevistados acreditam que uma saída da UE e do mercado único prejudicaria as perspectivas de crescimento da Grã-Bretanha ao longo dos próximos cinco anos e 82 por cento disseram que provavelmente haveria um impacto negativo sobre a renda das familiares.

De acordo com o Observer, os profissionais entrevistados são membros de órgãos representativos mais respeitados da categoria, como a Sociedade Real de Economia e da Sociedade de Economistas Empresariais.

Militantes de ambos os lados miram na economia como uma das principais batalhas para ganhar eleitores indecisos, no que está se transformando em uma luta cada vez mais amarga sobre o futuro da Grã-Bretanha.

Os que querem a saída do bloco afirmam que a Grã-Bretanha ficaria livre de regulação e burocracia, caso deixe a União Europeia, sendo capaz de negociar seus próprios acordos comerciais sem ter para agradar a 27 outros países.

A campanha pela permanência, porém, tem calcado o argumento de que a Grã-Bretanha sofreria uma recessão econômica, prejudicando a libra, o emprego e os salários.

“A pesquisa confirma o ponto de vista geral dos economistas: deixar a EU prejudicaria nossa economia, custando empregos e elevando os preços”, disse Cameron em um comunicado.

(Por Elizabeth Piper)

Premiê japonês vai adiar aumento de imposto para 2019, diz fonte do governo





TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, planeja adiar por dois anos e meio um aumento no imposto sobre as vendas, disse uma fonte do governo neste domingo, à medida que a economia patina e Abe se prepara para uma eleição nacional.

Abe comunicou no sábado seu plano para adiar o aumento de impostos, pela segunda vez, até outubro de 2019, ao ministro das Finanças, Taro Aso, e ao secretário-geral do Partido Liberal Democrata, Sadakazu Tanigaki.

Também se espera do primeiro-ministro, que prometeu anunciar na terça-feira medidas para estimular o crescimento econômico e promover a reforma estrutural, a solicitação de um orçamento extra para financiar medidas de estímulo, com apenas dois meses do novo ano fiscal e no encalço de um orçamento suplementar para financiar a recuperação dos recentes terremotos no sul do Japão.

Depois de presidir na sexta-feira uma cúpula de líderes do G7, Abe disse que o Japão vai mobilizar "todos as ferramentas políticas" --incluindo a possibilidade de atrasar o aumento de impostos-- para evitar o que chamou de uma crise econômica na escala da crise financeira mundial de 2008 que ocorreu após a quebra do Lehman Brothers.

"Há um risco de a economia mundial entrar em crise, caso não haja uma política adequada de resposta", disse Abe à imprensa após a cúpula. Para desempenhar o seu papel, o Japão "deve reacender poderosamente o motor do Abenomics", disse ele, referindo-se a suas políticas monetárias frouxas que visam tirar o Japão de uma deflação e crescimento irregular que já dura duas décadas.

Há tempos Abe diz que vai avançar com um plano para aumentar a taxa de imposto de 8 por cento para 10 por cento em abril de 2017, a menos que o Japão enfrente uma crise da mesma magnitude do choque Lehman.

De acordo com ele, o G7 “compartilha um forte senso de crise” no que diz respeito às perspectivas mundiais, com o risco mais preocupante sendo uma contração global liderada por uma desaceleração em economias emergentes como a China.

Outros líderes do G7, no entanto, parecem divergir sobre o risco de uma crise global, e sugeriram que Abe estaria usando o G7 para justificar o atraso para um doloroso aumento de impostos no Japão.
Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

LARISSA BORGES
do PORTAL UNIVERSO, em BELO HORIZONTE, (MG)

Crise economica, altos índices de desemprego, lojas fechando, empresas falindo, com todas essas ações vem baixando os padrões de vida dos brasileiros. O casal Fernanda, desempregada, e o esposo, Maurício Gomes, auxiliar administrativo, estão sentindo na pele os impactos da crise.

"O aluguel foi reajustado, nós pagamos financiamento de carro, prestações, e ainda temos despesa, é uma situação complicada.", disse Maurício. Segundo ele, algumas regalias foram cortadas. Entre elas a escola dos dois filhos, eles passaram de uma escola particular para uma pública.

"Já economizou 600 reais do salário.", conta Maurício. Fernanda foi dispensada em abril, ela era atendente de uma loja de roupas em Belo Horizonte. "Depois que eu sai as contas afundou nossa renda. E agora que a luz em Minas vai aumentar nós estamos nos preocupando cada dia mais.", disse Fernanda.

Segundo um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), entre os anos de 2015 e 2016 a classe que abrange famílias com renda média de R$ 4,9 mil (chamada de B2) perdeu 533,9 mil domicílios. A categoria dos que ganham R$ 2,7 mil (C1) encolheu em 456,6 mil famílias.

As classes mais pobres, contudo, ganharam reforço. No âmbito das famílias que têm renda média de R$ 1,6 mil (C2), o incremento foi de 653,6 mil domicílios. Outras 260 mil famílias passaram a fazer parte das classes D e E, com renda média de apenas R$ 768.

"Porcentualmente, esse movimento é pequeno. Mas, em termos absolutos, estamos falando em um acréscimo de mais de 910 mil famílias nas classes pobres em apenas um ano. É um número expressivo", afirma Luis Pilli, da Abep, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Resultado que chama atenção da Abep é que a classe A, a mais rica e que conta com reservas financeiras e de patrimônio para se defender da alta da inflação e do desemprego, cresceu em 109,5 mil famílias no período. Com isso, ao todo, 1,023 milhão de domicílios, ou cerca de 4 milhões de pessoas, se movimentaram de alguma forma na escala social por causa da crise – a maioria, porém, perdendo o status anterior.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Moody's rebaixa classificação de risco de Arábia Saudita, Omã e Bahrein





DUBAI (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a classificação de risco para as dívidas de Arábia Saudita, Omã e Bahrein no sábado, 14, conforme os baixos preços do petróleo continuam a minar as finanças dos governos na região.

A agência de risco reduziu a nota de emissões de longo prazo da Arábia Saudita em um degrau, para A1, mas deu ao reino uma perspectiva estável, dizendo que reformas econômicas anunciadas pelo governo no último mês podem estabilizar o orçamento do Estado.

No final de abril, o vice-príncipe herdeiro Mohammed bin Salman revelou planos para a maior mudança política na Arábia Saudita em décadas, que inclui aumentos de impostos, ganhos de eficiência e o objetivo de dar um maior papel ao setor privado do país.

"O governo tem ambições e planos compreensíveis para diversificar tanto a economia quanto seu balanço financeiro, que, mesmo que tenham um sucesso parcial, deverão estabilizar seu perfil de crédito e poderão, se alcançados os objetivos, oferecer um caminho de volta para uma melhor classificação ao longo do tempo", disse a Moody's.

A agência, no entanto, disse que ainda é incerto como a Arábia Saudita financiará um forte déficit orçamentário estimado em cerca de 9,5 por cento do PIB entre 2016 e 2020, o que poderá exigir 324 bilhões de dólares.

A Moody's rebaixou a nota do Omã em um degrau, para Baa1, com perspectiva estável, e cortou o rating do Bahrein também em um degrau, para Ba2, para próximo de níveis que apontam calote, com perspectiva negativa. Os dois países não possuem as largas reservas financeiras e de petróleo de seus ricos países vizinhos.

(Por Andrew Torchia)

China pede aconselhamento da Grã-Bretanha para criar super órgão regular do mercado financeiro





HONG KONG/PEQUIM (Reuters) - A China pediu à Grã-Bretanha aconselhamento para o seu plano de criar um super-regulador financeiro, na medida em que busca melhorar a supervisão financeira na sequência do colapso da bolsa do ano passado, disseram fontes com conhecimento das conversações à Reuters.

As discussões entre representantes da China e do Ministério das Relações Exteriores e do Tesouro do Reino Unido destacam as crescente relações da Grã-Bretanha com Pequim sobre as questões financeiras, não obstante a gafe desta semana da rainha Elizabeth, que foi pega em câmara reclamando que as autoridades chinesas que acompanharam o presidente Xi Jinping em uma visita ao Reino Unido no ano passado foram "muito rude com o embaixador".

As conversações sinalizam crescente disposição de Pequim para procurar ajuda externa para melhorar a regulação da sua infraestrutura financeira, em uma tentativa de aumentar a transparência, reduzir o risco sistêmico e impedir que empresas se aproveitem das brechas regulatórias.

Várias fontes chineses e britânicas com conhecimento direto das conversações disseram que Pequim enviou delegações para Londres para estudar o quadro regulatório britânico, com duas fontes citando uma visita no primeiro trimestre.

Representantes do governo britânico também visitaram Pequim no mês passado para discutir questões financeiras, econômicas e regulatórias, disseram duas fontes com conhecimento da visita.

Debilidades na regulamentação chinesa foram expostas em meados do ano passado, quando os mercados de ações da China perdeu um terço de seu valor em um mês, após ter subido cerca de 150 por cento em 12 meses.

Governo e reguladores adotaram uma série de medidas para tentar conter o colapso do mercado, incluindo a limitação de vendas a descoberto.

Fundo soberano da Noruega planeja processar Volkswagen por escândalo de emissão de poluentes





(Reuters) - O fundo soberano da Noruega, a maior do mundo, disse no domingo que planeja aderir a ações judiciais coletivas movidas contra a montadora alemã Volkswagen sobre o escândalo de emissões.

"Norges Bank Investment Management pretende participar de uma ação legal contra a Volkswagen decorrente dos dados incorretos fornecidos pela a empresa sobre as emissões", disse a porta-voz do fundo Marthe Skaar, em um comunicado enviado por e-mail à Reuters.

"Fomos informados por nossos advogados que o comportamento da empresa dá origem a processos judiciais ao abrigo do direito alemão. Como investidor, é nossa responsabilidade para salvaguardar a participação do fundo na Volkswagen", Skaar acrescentou.

O jornal Financial Times foi o primeiro a publicar, no domingo, 15, o plano do fundo soberano para processar a Volkswagen.

A Volkswagen, que admitiu no ano passado que tinha usado software sofisticado em seus carros para enganar os testes de emissões de poluentes, não estava disponível para comentar o assunto fora do horário comercial.

O legado dos 13 anos do PT no poder em seis indicadores internacionais





O aval do Senado à abertura do processo de impeachment contra a presidente, Dilma Rousseff, marca o fim de um período de 13 anos consecutivos em que o Partido dos Trabalhadores esteve no poder no Brasil.

Foto: Reprodução / BBC

Com o afastamento de Dilma, Michel Temer, do PMDB, assumiu a Presidência interinamente. A petista pode ficar afastada por até 180 dias para que o Senado realize o julgamento definitivo sobre seu mandato.

Nesse momento marcado pelo fim de um importante ciclo político para o país, a BBC Brasil procurou especialistas e levantou indicadores internacionais para entender o legado dos 13 anos de governo de PT. Afinal, no que avançamos - e no que retrocedemos ou ficamos estagnados?

Abaixo, listamos seis índices-chave que ajudam a explicar como o Brasil de hoje pode ser comparado a outros países e ao Brasil de 13 anos atrás:

1. Ranking das maiores economias:

Em 2002, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking global de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e FMI. Chegou a ser o 6º em 2011, desbancando a Grã-Bretanha, mas voltou a cair.

Hoje, é a 9ª maior economia do mundo de acordo com esse indicador, que sofre grande influência do câmbio - e, portanto, foi bastante afetado pela desvalorização do real.

Se considerarmos o PIB medido por Paridade de Poder de Compra (PPP), que procura, justamente, neutralizar esse efeito do câmbio, temos que o Brasil ocupou a 7ª e 8ª posição no ranking ao longo dos últimos anos.

Em 2003, subimos para a 7ª posição, ultrapassando a França. Em 2008, fomos ultrapassados pela Rússia. E em 2011 voltamos para a 7ª posição com a queda da Grã-Bretanha.

"No caso do PIB, o que comprometeu o resultado dos anos do PT no poder foi de fato a gestão Dilma - e em especial seu segundo mandato", diz Alessandra Ribeiro, economista da Consultoria Tendências.

Ela diz que, em função do crescimento do governo Lula (o país chegou a crescer 7,5% em 2010), nos últimos 13 anos a média de expansão do PIB foi de 2,9%, contra 2,5% da média do governo Fernando Henrique Cardoso.

Colocando "na conta" do governo Dilma a recessão deste ano (consultorias esperam uma retração do PIB de 4% em 2016), a média cairia para 2,4%, ainda próxima do crescimento de FHC.

Ribeiro atribui essa desaceleração brusca em parte à má gestão, ao suposto fracasso da política econômica de Dilma e ao que vê como um excesso de intervencionismo estatal na administração petista, além da falta de reformas estruturais que poderiam melhorar o ambiente para negócios no Brasil.

Ela ressalta, porém, que, o contexto internacional também ficou menos favorável e que a crise política e a Lava Jato também tiveram um impacto negativo grande na economia.

João Augusto de Castro Neves, diretor para América Latina da consultoria Eurasia Group, concorda. "Na economia, a Dilma pegou um avião em piloto automático e em um céu de brigadeiro. Quando veio a tempestade, ficou claro que não sabia pilotar", diz.

Para Neves, os erros que derrubaram o PIB nos últimos anos - culminando em uma das mais graves recessões da história do país - começaram no segundo mandato de Lula.

"O Estado começou a gastar mais para fazer uma política anticíclica (tentar manter os investimentos e o consumo em níveis altos), mas isso saiu do controle. Agora precisaremos provavelmente de uma década para recuperar o que foi perdido com a recessão do governo Dilma."

2. IDH e combate a pobreza

A nota do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que era de 0,649 no início dos anos 2000, chegou a 0,755 hoje, o que indica uma melhora.

A pesquisa considera indicadores como a esperança de vida ao nascer, a expectativa de anos de estudo e a renda per capita. Como resultado, cada país recebe uma nota que vai de 0 a 1.

No relatório da ONU de 2015 sobre o índice, o Bolsa Família é retratado como uma espécie de modelo de programa social bem-sucedido. "Desde que o programa foi lançado, 5 milhões de brasileiros deixaram a extrema pobreza. E por volta de 2009 o programa havia reduzido a taxa de pobreza em 8 pontos percentuais."

Também é destacado o aumento da escolaridade no país e avanços no combate a miséria, o que vai ao encontro da avaliação de especialistas consultados pela BBC Brasil, que veem nas políticas sociais o maior legado positivo dos 13 anos do PT no poder no Brasil.

Angel Melguizo, chefe da unidade de América Latina e Caribe do Centro de Desenvolvimento da OCDE, por exemplo, destaca que nos últimos anos os índices de pobreza brasileiros caíram pela metade com a emergência de uma nova classe média.

Ele admite que parte desse contingente pode ter seus ganhos ameaçados pelo aumento do desemprego e recessão econômica, mas faz uma ressalva relativamente otimista:

"Dados do Banco Mundial que mencionaremos em nosso próximo relatório indicam que 43% dessa nova classe média brasileira seria o que chamamos de classe média consolidada, que tem trabalho formal, proteção social e mais condições de se proteger da crise. E que apenas 38% seria parte da classe média vulnerável, que pode voltar para a pobreza. O índice do Brasil é melhor que em outros países da região", afirma.

Para Otaviano Canuto, diretor-executivo para o Brasil no FMI, "políticas sociais para potencializar mudanças estruturais" são de fato "um grande legado" dos governos do PT.

Canuto defende, porém, que "há hoje necessidade de passar a limpo, ver relação entre custo e resultado do leque de políticas sociais que estão embutidas no orçamento". "Aquelas como Bolsa Família, que são demonstradas como eficazes e a baixo custo, devem ser intocáveis", opina.

3. Gini - Desigualdade

Outro indicador que também teve uma melhora foi o da desigualdade. O coeficiente Gini do Brasil, nos cálculos do Banco Mundial, passou de 58,6, em 2002, para 52,9, em 2013 (último dado disponível).

O Gini é um indicador que mede desigualdade de renda e vai de 0 a 100 (0 representa total igualdade).

Em 2014, um relatório da ONU sobre o tema também registrou uma queda significativa da desigualdade no Brasil na última década, com o Gini passando, nos cálculos das Nações Unidas, de 54,2 para 45,9.

Na época, a ONU destacou o efeito sobre a desigualdade do aumento real do salário mínimo - de 80% entre 2003 e 2010 - e dos esforços para a formalização do mercado de trabalho brasileiro, além dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

O economista Diego Sánchez-Ancochea, diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos (LAC) da Universidade de Oxford, especialista em desigualdade, cita, como exemplo desses esforços de formalização do mercado, iniciativas como a Proposta de Emenda Constitucional sobre os trabalhadores domésticos.

"Já houve momentos em que a economia brasileira cresceu com um aumento da desigualdade, como nos anos 60 e início dos 70. Na época, o crescimento favoreceu os mais ricos e a alta classe média", diz Sánchez-Ancochea.

"Isso mostra que mesmo com o boom das commodities impulsionando a economia brasileira, a trajetória dos índices de desigualdade no país poderia ter sido diferente não fossem essas políticas adotadas (durante o governo do PT). O legado (do partido) nessa área é grande."

O economista de Oxford diz ser difícil prever o que vai acontecer daqui para frente, mas não descarta retrocessos nesse indicador. "Isso vai depender das políticas adotadas pelo novo governo, que chega prometendo fazer ajustes e cortes de gastos."

4. Percepção de corrupção

Em 2002, o Brasil ocupava a 45ª posição do ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional (TI), que incluía análises de 102 países. Em 2015, passamos para o 76º lugar entre 168 países - o que parece indicar estagnação.

O coordenador do Programa Brasil da TI Bruno Brandão diz, porém, que os índices dos dois anos não são comparáveis por que, além do número de países analisados, a metodologia da pesquisa também mudou em 2012.

"E desde 2012, nossos indicadores para o Brasil permaneceram relativamente estáveis, com a exceção de 2015, quando tivemos um aumento muito grande da percepção de corrupção que levou o país a cair do 69º ao 76º lugar no ranking, principalmente como efeito da Lava Jato", diz Brandão.

Segundo o coordenador da TI, a percepção da organização é de que o país avançou no combate à corrupção desde 2002 - embora a maior parte desse "avanço" não tenha ocorrido por mérito do governo.

"É complicado dizer se a corrupção ficou menor ou maior porque a corrupção é um fenômeno oculto - a única que aparece é a que foi pega. Mas para nós o que interessa é se há mais combate ao problema - e nesse ponto parece que o Brasil está de fato avançando", opina.

"Tivemos uma evolução institucional grande e um aumento da sociedade. Hoje temos a lei contra a lavagem de dinheiro, a lei anticorrupção, a da ficha limpa, de acesso a informação e etc. 

Instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal e o próprio sistema judiciário também têm demonstrado grande autonomia."

O governo Dilma, na avaliação de Brandão, teria sido marcado por um certo "pudor republicano" que favoreceu o combate a corrupção em alguma medida, embora em algumas ocasiões esse pudor possa ter sido abandonado (por exemplo, se forem comprovadas as tentativas do governo de interferir na Lava Jato, como denunciou o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral).

Ele lembra o caso da Malásia, onde o procurador-geral foi destituído após um escândalo de corrupção envolvendo o primeiro-ministro.

"No Brasil, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, foi reconduzido ao cargo em meio à Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal também tem agido com autonomia, apesar de muitos de seus membros terem sido indicados pelo PT - enquanto na Venezuela, por exemplo, essa corte mais parece um escritório de advogados do presidente (Nicolás Maduro)."

Já para Neves, do Eurasia Group, dizer que o governo do PT "deixou que se investigasse" a corrupção na Petrobras é "papo furado".

"Concordo que é difícil dizer se a corrupção caiu ou cresceu no governo PT. Mas é relevante o fato de o escândalo da Lava Jato ser o maior escândalo de corrupção da história brasileira", opina. "Também chama a atenção a maneira coordenada e sistematizada com que o esquema foi montado na estatal."

5. PISA - Educação

Em 2000, primeiro ano em que o Brasil fez parte do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da OCDE (a organização dos países ricos), o país ficou em último lugar entre 32 nações.
O programa tem como objetivo avaliar e comparar o resultado de sistemas educacionais no mundo por meio de uma série de testes aplicados a estudantes.

No último relatório, publicado no final de 2013, agora com dados de 65 países (alguns ricos, como Japão, Suíça e Alemanha, o Brasil ocupou a posição 55 no ranking de leitura, 58 no de matemática e 59 no de ciências. Ou seja, comparativamente avançou em relação ao 2000, ainda que pouco.

Para Melguizo, da OECD, porém, é natural que a melhora tenha sido lenta porque a grande conquista do país nos últimos anos foi na questão da "cobertura do sistema", ou seja, no acesso à escola e universidades.

"Esse era um processo necessário. Falta agora avançar na questão da qualidade do ensino e também na educação para o trabalho. Mas não acho que devemos ver essa melhora lenta com pessimismo", diz ele."Na questão da cobertura o avanço foi significativo."

Castro Neves, do Eurasia Group concorda: "Considero a expansão do acesso a educação como parte do legado social positivo (dos anos de governo do PT), embora certamente falte melhorar a questão da qualidade."

6. Ambiente para negócios

A questão do ambiente para os negócios é outra área em que os especialistas veem certa estagnação como saldo dos 13 anos do governo petista - com deterioração na gestão Dilma.

Alguns índices internacionais parecem corroborar essa percepção. Em 2002, o país ficou no 46º lugar entre 80 países no ranking de competitividade global calculado pelo World Economic Forum (WEF), que considera dados sobre as condições de se fazer negócio pelo mundo.

Em 2015, ocupou a 75ª posição entre 140 países, após cair 18 posições em um ano em função de problemas como o aumento da pressão inflacionária, a alta da percepção de corrupção e a deterioração da confiança em instituições. Foi a pior classificação do país desde que o índice de competitividade global foi criado, nos anos 90.

O relatório de 2015 do WEF destaca, porém, o avanço do Brasil na questão do transporte aéreo e infraestrutura, apesar de esse ainda ser considerado um dos gargalos da economia brasileira. E cita o grande mercado consumidor do país como um dos fatores que ainda o torna atrativo para investidores.

"Nesses 13 anos - e principalmente nos anos de bonança econômica - o governo poderia ter aproveitado para fazer reformas estruturais, melhorar a questão tributária, reduzir a burocracia (para se fazer negócios no Brasil) e etc. Mas perdeu-se essa oportunidade", diz Neves.

"Hoje também parece claro que as políticas de campeões nacionais (conduzida pelo BNDES, que selecionou companhias para ajudar a torná-las mais competitivas globalmente, com créditos subsidiados e compra de participações acionárias) não foram uma boa ideia - criaram um ambiente de negócios em que era o governo quem escolhia perdedores e vencedores e, para se beneficiar, era preciso gritar mais alto."

Para Ribeiro, da Tendências, o ambiente para negócios piorou principalmente a partir de 2011. "Tivemos muitas mudanças nas regras do jogo, mais impostos para uns, subsídios para outros e tentativas do governo de intervir em determinados setores que não deram certo, como no setor elétrico", diz.

*Colaborou João Fellet, de Washington

Temer convoca reunião com centrais sindicais para segunda-feira

em SÃO PAULO, (SP)


O presidente interino, Michel Temer (PMDB), convocou para segunda-feira (16), às 15h, em Brasília, reunião com centrais sindicais para discutir possíveis mudanças na Previdência Social, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força. Segundo ele, o encontro foi agendado após o mal-estar gerado junto às centrais sindicais pelos comentários do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante entrevista coletiva na última sexta-feira.

Paulinho contou que a Força Sindical, entidade presidida por ele, quer ouvir as propostas de Temer e a ideia do encontro é "acertar procedimentos". Em conversas anteriores com representantes do atual governo, teria sido dito que nada mudaria sem ampla negociação com centrais sindicais, afirmou Paulinho da Força. "Queremos que seja o governo do diálogo, que não seja um governo que decida de cima para baixo", acrescentou.

Entre os pontos defendidos, o político disse que não aceitará alterações na idade mínima para aposentadoria de quem já estiver trabalhando. "Se for para discutir para quem começa a trabalhar agora, até é possível. O jovem que começa a trabalhar agora vai viver 100 anos e é possível trabalhar um pouco mais", afirmou. Além da Força Sindical deverão estar presentes no encontro de amanhã representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores. "A CUT foi convidada, mas acho que eles não vão", acrescentou Paulinho.

Na entrevista, na sexta-feira, Meirelles defendeu a mudança nas regras da Previdência. "A reforma da Previdência é uma necessidade. A Previdência tem que ser autossustentável ao longo do tempo", disse. O ministro também defendeu uma idade mínima para as aposentadorias. No mesmo dia, Paulinho da Força chamou de "estapafúrdias" as ideias do ministro da Fazenda. "A Força Sindical repudia qualquer tentativa de se fazer uma reforma da Previdência que venha a retirar direitos dos trabalhadores", disse por meio de nota. "A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros. Vale lembrar que o último governo já fez mudanças no regime da Previdência que só resultaram em prejuízos para os trabalhadores", acrescentou o dirigente.