quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Entrevista com Belo Monte, Sinobras eleva produção de aço em 20%

da Reuters, em São Paulo

A Sinobras prevê elevar em 20 por cento a produção de aço em sua fábrica de Marabá (PA), após o início das operações da hidrelétrica de Belo Monte, sem realizar nenhum investimento em siderurgia.

Atualmente, a Sinobras --Siderúrgica Norte Brasil-- produz 300 mil toneladas de vergalhões de aço longo por ano. Todo o material é destinado ao mercado interno.

A siderúrgica tem 1 por cento do consórcio Norte Energia, que venceu a licitação de Belo Monte, e atuará como autoprodutora ao lado da Gaia Participações. O único desembolso da companhia, que faz parte do grupo Aço Cearense, será 1 por cento da hidrelétrica, afirmou à Reuters nesta terça-feira o vice-presidente da Sinobras, Ian Corrêa, por telefone.

Se o valor previsto da obra pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de 19 bilhões de reais, se concretizar, a Sinobras deverá investir 190 milhões de reais em Belo Monte.

"Temos algumas linhas de financiamento junto ao BNDES e utilizaremos o caixa da empresa. Não teremos problemas quanto a isso", informou Corrêa.

De acordo com o executivo, a Sinobras consome atualmente 50 megawatts (MW) de energia por mês, fornecida pela distribuidora Companhia de Energia Elétrica do Pará (Celpa). "A cidade de Marabá consome 42 MW mensais", comparou Corrêa. Tamanho é o consumo de energia, que faz com que a Sinobras tenha que desligar diariamente seus fornos entre 18h30 e 21h30, horário de pico de consumo.

"A energia de Belo Monte vai suprir nossa demanda e permitir que os fornos funcionem 24 horas por dia... A produção (de aço) vai aumentar em cerca de 20 por cento sem fazermos nenhuma ampliação."

Apesar de uma capacidade média de 11 mil MW, Belo Monte vai gerar 4,571 MW médios, por não possuir reservatório.

Dessa forma, toda a energia que irá para a Sinobras será destinada ao funcionamento permanente dos fornos da companhia. "Belo Monte é exclusivo para Marabá. Podemos repetir a estratégia e entrar em outra concessão. Mas também podemos, no longo prazo, comprar energia de outras empresas do grupo", afirmou Corrêa.

Para receber a energia de Belo Monte, a Sinobras usará a rede da Celpa. Segundo Corrêa, a ideia de entrar no consórcio Norte Energia ocorreu após o leilão, realizado em abril.

DEZOITO SÓCIOS

A venda da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, foi cercada de muita polêmica e ainda desperta protestos de ambientalistas.

Após alterações na composição inicial, o consórcio Norte Energia é formado por 18 empresas. A Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a holding Eletrobras e sua subsidiária Eletronorte formam o braço estatal do grupo. As três juntas possuem 49,98 por cento do empreendimento.

Outros sócios com participações relevantes na sociedade são o fundo de pensão da Petrobras Petros e a Bozano Participações, com 10 por cento cada um, enquanto a Gaia Participações detém 9 por cento.

A primeira fase da usina deve entrar em operação em 2015.

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Oleh

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