segunda-feira, 30 de maio de 2016

Maioria dos economistas acredita que saída da UE prejudicará Reino Unido, mostra pesquisa




LONDRES (Reuters) - Nove em cada 10 dos principais economistas da Grã-Bretanha, que atuam no distrito financeiro de Londres, na academia e em pequenas empresas, acreditam que a economia será prejudicada caso o Reino Unido deixe a União Europeia, mostra uma pesquisa divulgada neste domingo.

A pesquisa, que segundo o jornal Observer seria a maior de seu gênero e entrevistou mais de 600 economistas, é um combustível para o primeiro-ministro David Cameron que lidera a campanha para que o Reino Unido permaneça no bloco de 28 membros no referendo marcado para 23 de junho, apesar da oposição de alguns membros de seu partido.

Realizada pelo instituto Ipsos-MORI, a pesquisa revela que 88 por cento dos entrevistados acreditam que uma saída da UE e do mercado único prejudicaria as perspectivas de crescimento da Grã-Bretanha ao longo dos próximos cinco anos e 82 por cento disseram que provavelmente haveria um impacto negativo sobre a renda das familiares.

De acordo com o Observer, os profissionais entrevistados são membros de órgãos representativos mais respeitados da categoria, como a Sociedade Real de Economia e da Sociedade de Economistas Empresariais.

Militantes de ambos os lados miram na economia como uma das principais batalhas para ganhar eleitores indecisos, no que está se transformando em uma luta cada vez mais amarga sobre o futuro da Grã-Bretanha.

Os que querem a saída do bloco afirmam que a Grã-Bretanha ficaria livre de regulação e burocracia, caso deixe a União Europeia, sendo capaz de negociar seus próprios acordos comerciais sem ter para agradar a 27 outros países.

A campanha pela permanência, porém, tem calcado o argumento de que a Grã-Bretanha sofreria uma recessão econômica, prejudicando a libra, o emprego e os salários.

“A pesquisa confirma o ponto de vista geral dos economistas: deixar a EU prejudicaria nossa economia, custando empregos e elevando os preços”, disse Cameron em um comunicado.

(Por Elizabeth Piper)

Premiê japonês vai adiar aumento de imposto para 2019, diz fonte do governo





TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, planeja adiar por dois anos e meio um aumento no imposto sobre as vendas, disse uma fonte do governo neste domingo, à medida que a economia patina e Abe se prepara para uma eleição nacional.

Abe comunicou no sábado seu plano para adiar o aumento de impostos, pela segunda vez, até outubro de 2019, ao ministro das Finanças, Taro Aso, e ao secretário-geral do Partido Liberal Democrata, Sadakazu Tanigaki.

Também se espera do primeiro-ministro, que prometeu anunciar na terça-feira medidas para estimular o crescimento econômico e promover a reforma estrutural, a solicitação de um orçamento extra para financiar medidas de estímulo, com apenas dois meses do novo ano fiscal e no encalço de um orçamento suplementar para financiar a recuperação dos recentes terremotos no sul do Japão.

Depois de presidir na sexta-feira uma cúpula de líderes do G7, Abe disse que o Japão vai mobilizar "todos as ferramentas políticas" --incluindo a possibilidade de atrasar o aumento de impostos-- para evitar o que chamou de uma crise econômica na escala da crise financeira mundial de 2008 que ocorreu após a quebra do Lehman Brothers.

"Há um risco de a economia mundial entrar em crise, caso não haja uma política adequada de resposta", disse Abe à imprensa após a cúpula. Para desempenhar o seu papel, o Japão "deve reacender poderosamente o motor do Abenomics", disse ele, referindo-se a suas políticas monetárias frouxas que visam tirar o Japão de uma deflação e crescimento irregular que já dura duas décadas.

Há tempos Abe diz que vai avançar com um plano para aumentar a taxa de imposto de 8 por cento para 10 por cento em abril de 2017, a menos que o Japão enfrente uma crise da mesma magnitude do choque Lehman.

De acordo com ele, o G7 “compartilha um forte senso de crise” no que diz respeito às perspectivas mundiais, com o risco mais preocupante sendo uma contração global liderada por uma desaceleração em economias emergentes como a China.

Outros líderes do G7, no entanto, parecem divergir sobre o risco de uma crise global, e sugeriram que Abe estaria usando o G7 para justificar o atraso para um doloroso aumento de impostos no Japão.
Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

Crise econômica, desemprego vem abaixando os padrões de vida dos brasileiros

LARISSA BORGES
do PORTAL UNIVERSO, em BELO HORIZONTE, (MG)

Crise economica, altos índices de desemprego, lojas fechando, empresas falindo, com todas essas ações vem baixando os padrões de vida dos brasileiros. O casal Fernanda, desempregada, e o esposo, Maurício Gomes, auxiliar administrativo, estão sentindo na pele os impactos da crise.

"O aluguel foi reajustado, nós pagamos financiamento de carro, prestações, e ainda temos despesa, é uma situação complicada.", disse Maurício. Segundo ele, algumas regalias foram cortadas. Entre elas a escola dos dois filhos, eles passaram de uma escola particular para uma pública.

"Já economizou 600 reais do salário.", conta Maurício. Fernanda foi dispensada em abril, ela era atendente de uma loja de roupas em Belo Horizonte. "Depois que eu sai as contas afundou nossa renda. E agora que a luz em Minas vai aumentar nós estamos nos preocupando cada dia mais.", disse Fernanda.

Segundo um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), entre os anos de 2015 e 2016 a classe que abrange famílias com renda média de R$ 4,9 mil (chamada de B2) perdeu 533,9 mil domicílios. A categoria dos que ganham R$ 2,7 mil (C1) encolheu em 456,6 mil famílias.

As classes mais pobres, contudo, ganharam reforço. No âmbito das famílias que têm renda média de R$ 1,6 mil (C2), o incremento foi de 653,6 mil domicílios. Outras 260 mil famílias passaram a fazer parte das classes D e E, com renda média de apenas R$ 768.

"Porcentualmente, esse movimento é pequeno. Mas, em termos absolutos, estamos falando em um acréscimo de mais de 910 mil famílias nas classes pobres em apenas um ano. É um número expressivo", afirma Luis Pilli, da Abep, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

Resultado que chama atenção da Abep é que a classe A, a mais rica e que conta com reservas financeiras e de patrimônio para se defender da alta da inflação e do desemprego, cresceu em 109,5 mil famílias no período. Com isso, ao todo, 1,023 milhão de domicílios, ou cerca de 4 milhões de pessoas, se movimentaram de alguma forma na escala social por causa da crise – a maioria, porém, perdendo o status anterior.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Moody's rebaixa classificação de risco de Arábia Saudita, Omã e Bahrein





DUBAI (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a classificação de risco para as dívidas de Arábia Saudita, Omã e Bahrein no sábado, 14, conforme os baixos preços do petróleo continuam a minar as finanças dos governos na região.

A agência de risco reduziu a nota de emissões de longo prazo da Arábia Saudita em um degrau, para A1, mas deu ao reino uma perspectiva estável, dizendo que reformas econômicas anunciadas pelo governo no último mês podem estabilizar o orçamento do Estado.

No final de abril, o vice-príncipe herdeiro Mohammed bin Salman revelou planos para a maior mudança política na Arábia Saudita em décadas, que inclui aumentos de impostos, ganhos de eficiência e o objetivo de dar um maior papel ao setor privado do país.

"O governo tem ambições e planos compreensíveis para diversificar tanto a economia quanto seu balanço financeiro, que, mesmo que tenham um sucesso parcial, deverão estabilizar seu perfil de crédito e poderão, se alcançados os objetivos, oferecer um caminho de volta para uma melhor classificação ao longo do tempo", disse a Moody's.

A agência, no entanto, disse que ainda é incerto como a Arábia Saudita financiará um forte déficit orçamentário estimado em cerca de 9,5 por cento do PIB entre 2016 e 2020, o que poderá exigir 324 bilhões de dólares.

A Moody's rebaixou a nota do Omã em um degrau, para Baa1, com perspectiva estável, e cortou o rating do Bahrein também em um degrau, para Ba2, para próximo de níveis que apontam calote, com perspectiva negativa. Os dois países não possuem as largas reservas financeiras e de petróleo de seus ricos países vizinhos.

(Por Andrew Torchia)

China pede aconselhamento da Grã-Bretanha para criar super órgão regular do mercado financeiro





HONG KONG/PEQUIM (Reuters) - A China pediu à Grã-Bretanha aconselhamento para o seu plano de criar um super-regulador financeiro, na medida em que busca melhorar a supervisão financeira na sequência do colapso da bolsa do ano passado, disseram fontes com conhecimento das conversações à Reuters.

As discussões entre representantes da China e do Ministério das Relações Exteriores e do Tesouro do Reino Unido destacam as crescente relações da Grã-Bretanha com Pequim sobre as questões financeiras, não obstante a gafe desta semana da rainha Elizabeth, que foi pega em câmara reclamando que as autoridades chinesas que acompanharam o presidente Xi Jinping em uma visita ao Reino Unido no ano passado foram "muito rude com o embaixador".

As conversações sinalizam crescente disposição de Pequim para procurar ajuda externa para melhorar a regulação da sua infraestrutura financeira, em uma tentativa de aumentar a transparência, reduzir o risco sistêmico e impedir que empresas se aproveitem das brechas regulatórias.

Várias fontes chineses e britânicas com conhecimento direto das conversações disseram que Pequim enviou delegações para Londres para estudar o quadro regulatório britânico, com duas fontes citando uma visita no primeiro trimestre.

Representantes do governo britânico também visitaram Pequim no mês passado para discutir questões financeiras, econômicas e regulatórias, disseram duas fontes com conhecimento da visita.

Debilidades na regulamentação chinesa foram expostas em meados do ano passado, quando os mercados de ações da China perdeu um terço de seu valor em um mês, após ter subido cerca de 150 por cento em 12 meses.

Governo e reguladores adotaram uma série de medidas para tentar conter o colapso do mercado, incluindo a limitação de vendas a descoberto.

Fundo soberano da Noruega planeja processar Volkswagen por escândalo de emissão de poluentes





(Reuters) - O fundo soberano da Noruega, a maior do mundo, disse no domingo que planeja aderir a ações judiciais coletivas movidas contra a montadora alemã Volkswagen sobre o escândalo de emissões.

"Norges Bank Investment Management pretende participar de uma ação legal contra a Volkswagen decorrente dos dados incorretos fornecidos pela a empresa sobre as emissões", disse a porta-voz do fundo Marthe Skaar, em um comunicado enviado por e-mail à Reuters.

"Fomos informados por nossos advogados que o comportamento da empresa dá origem a processos judiciais ao abrigo do direito alemão. Como investidor, é nossa responsabilidade para salvaguardar a participação do fundo na Volkswagen", Skaar acrescentou.

O jornal Financial Times foi o primeiro a publicar, no domingo, 15, o plano do fundo soberano para processar a Volkswagen.

A Volkswagen, que admitiu no ano passado que tinha usado software sofisticado em seus carros para enganar os testes de emissões de poluentes, não estava disponível para comentar o assunto fora do horário comercial.

O legado dos 13 anos do PT no poder em seis indicadores internacionais





O aval do Senado à abertura do processo de impeachment contra a presidente, Dilma Rousseff, marca o fim de um período de 13 anos consecutivos em que o Partido dos Trabalhadores esteve no poder no Brasil.

Foto: Reprodução / BBC

Com o afastamento de Dilma, Michel Temer, do PMDB, assumiu a Presidência interinamente. A petista pode ficar afastada por até 180 dias para que o Senado realize o julgamento definitivo sobre seu mandato.

Nesse momento marcado pelo fim de um importante ciclo político para o país, a BBC Brasil procurou especialistas e levantou indicadores internacionais para entender o legado dos 13 anos de governo de PT. Afinal, no que avançamos - e no que retrocedemos ou ficamos estagnados?

Abaixo, listamos seis índices-chave que ajudam a explicar como o Brasil de hoje pode ser comparado a outros países e ao Brasil de 13 anos atrás:

1. Ranking das maiores economias:

Em 2002, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking global de economias medido pelo PIB em dólar, segundo dados do Banco Mundial e FMI. Chegou a ser o 6º em 2011, desbancando a Grã-Bretanha, mas voltou a cair.

Hoje, é a 9ª maior economia do mundo de acordo com esse indicador, que sofre grande influência do câmbio - e, portanto, foi bastante afetado pela desvalorização do real.

Se considerarmos o PIB medido por Paridade de Poder de Compra (PPP), que procura, justamente, neutralizar esse efeito do câmbio, temos que o Brasil ocupou a 7ª e 8ª posição no ranking ao longo dos últimos anos.

Em 2003, subimos para a 7ª posição, ultrapassando a França. Em 2008, fomos ultrapassados pela Rússia. E em 2011 voltamos para a 7ª posição com a queda da Grã-Bretanha.

"No caso do PIB, o que comprometeu o resultado dos anos do PT no poder foi de fato a gestão Dilma - e em especial seu segundo mandato", diz Alessandra Ribeiro, economista da Consultoria Tendências.

Ela diz que, em função do crescimento do governo Lula (o país chegou a crescer 7,5% em 2010), nos últimos 13 anos a média de expansão do PIB foi de 2,9%, contra 2,5% da média do governo Fernando Henrique Cardoso.

Colocando "na conta" do governo Dilma a recessão deste ano (consultorias esperam uma retração do PIB de 4% em 2016), a média cairia para 2,4%, ainda próxima do crescimento de FHC.

Ribeiro atribui essa desaceleração brusca em parte à má gestão, ao suposto fracasso da política econômica de Dilma e ao que vê como um excesso de intervencionismo estatal na administração petista, além da falta de reformas estruturais que poderiam melhorar o ambiente para negócios no Brasil.

Ela ressalta, porém, que, o contexto internacional também ficou menos favorável e que a crise política e a Lava Jato também tiveram um impacto negativo grande na economia.

João Augusto de Castro Neves, diretor para América Latina da consultoria Eurasia Group, concorda. "Na economia, a Dilma pegou um avião em piloto automático e em um céu de brigadeiro. Quando veio a tempestade, ficou claro que não sabia pilotar", diz.

Para Neves, os erros que derrubaram o PIB nos últimos anos - culminando em uma das mais graves recessões da história do país - começaram no segundo mandato de Lula.

"O Estado começou a gastar mais para fazer uma política anticíclica (tentar manter os investimentos e o consumo em níveis altos), mas isso saiu do controle. Agora precisaremos provavelmente de uma década para recuperar o que foi perdido com a recessão do governo Dilma."

2. IDH e combate a pobreza

A nota do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, que era de 0,649 no início dos anos 2000, chegou a 0,755 hoje, o que indica uma melhora.

A pesquisa considera indicadores como a esperança de vida ao nascer, a expectativa de anos de estudo e a renda per capita. Como resultado, cada país recebe uma nota que vai de 0 a 1.

No relatório da ONU de 2015 sobre o índice, o Bolsa Família é retratado como uma espécie de modelo de programa social bem-sucedido. "Desde que o programa foi lançado, 5 milhões de brasileiros deixaram a extrema pobreza. E por volta de 2009 o programa havia reduzido a taxa de pobreza em 8 pontos percentuais."

Também é destacado o aumento da escolaridade no país e avanços no combate a miséria, o que vai ao encontro da avaliação de especialistas consultados pela BBC Brasil, que veem nas políticas sociais o maior legado positivo dos 13 anos do PT no poder no Brasil.

Angel Melguizo, chefe da unidade de América Latina e Caribe do Centro de Desenvolvimento da OCDE, por exemplo, destaca que nos últimos anos os índices de pobreza brasileiros caíram pela metade com a emergência de uma nova classe média.

Ele admite que parte desse contingente pode ter seus ganhos ameaçados pelo aumento do desemprego e recessão econômica, mas faz uma ressalva relativamente otimista:

"Dados do Banco Mundial que mencionaremos em nosso próximo relatório indicam que 43% dessa nova classe média brasileira seria o que chamamos de classe média consolidada, que tem trabalho formal, proteção social e mais condições de se proteger da crise. E que apenas 38% seria parte da classe média vulnerável, que pode voltar para a pobreza. O índice do Brasil é melhor que em outros países da região", afirma.

Para Otaviano Canuto, diretor-executivo para o Brasil no FMI, "políticas sociais para potencializar mudanças estruturais" são de fato "um grande legado" dos governos do PT.

Canuto defende, porém, que "há hoje necessidade de passar a limpo, ver relação entre custo e resultado do leque de políticas sociais que estão embutidas no orçamento". "Aquelas como Bolsa Família, que são demonstradas como eficazes e a baixo custo, devem ser intocáveis", opina.

3. Gini - Desigualdade

Outro indicador que também teve uma melhora foi o da desigualdade. O coeficiente Gini do Brasil, nos cálculos do Banco Mundial, passou de 58,6, em 2002, para 52,9, em 2013 (último dado disponível).

O Gini é um indicador que mede desigualdade de renda e vai de 0 a 100 (0 representa total igualdade).

Em 2014, um relatório da ONU sobre o tema também registrou uma queda significativa da desigualdade no Brasil na última década, com o Gini passando, nos cálculos das Nações Unidas, de 54,2 para 45,9.

Na época, a ONU destacou o efeito sobre a desigualdade do aumento real do salário mínimo - de 80% entre 2003 e 2010 - e dos esforços para a formalização do mercado de trabalho brasileiro, além dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

O economista Diego Sánchez-Ancochea, diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos (LAC) da Universidade de Oxford, especialista em desigualdade, cita, como exemplo desses esforços de formalização do mercado, iniciativas como a Proposta de Emenda Constitucional sobre os trabalhadores domésticos.

"Já houve momentos em que a economia brasileira cresceu com um aumento da desigualdade, como nos anos 60 e início dos 70. Na época, o crescimento favoreceu os mais ricos e a alta classe média", diz Sánchez-Ancochea.

"Isso mostra que mesmo com o boom das commodities impulsionando a economia brasileira, a trajetória dos índices de desigualdade no país poderia ter sido diferente não fossem essas políticas adotadas (durante o governo do PT). O legado (do partido) nessa área é grande."

O economista de Oxford diz ser difícil prever o que vai acontecer daqui para frente, mas não descarta retrocessos nesse indicador. "Isso vai depender das políticas adotadas pelo novo governo, que chega prometendo fazer ajustes e cortes de gastos."

4. Percepção de corrupção

Em 2002, o Brasil ocupava a 45ª posição do ranking de percepção da corrupção da Transparência Internacional (TI), que incluía análises de 102 países. Em 2015, passamos para o 76º lugar entre 168 países - o que parece indicar estagnação.

O coordenador do Programa Brasil da TI Bruno Brandão diz, porém, que os índices dos dois anos não são comparáveis por que, além do número de países analisados, a metodologia da pesquisa também mudou em 2012.

"E desde 2012, nossos indicadores para o Brasil permaneceram relativamente estáveis, com a exceção de 2015, quando tivemos um aumento muito grande da percepção de corrupção que levou o país a cair do 69º ao 76º lugar no ranking, principalmente como efeito da Lava Jato", diz Brandão.

Segundo o coordenador da TI, a percepção da organização é de que o país avançou no combate à corrupção desde 2002 - embora a maior parte desse "avanço" não tenha ocorrido por mérito do governo.

"É complicado dizer se a corrupção ficou menor ou maior porque a corrupção é um fenômeno oculto - a única que aparece é a que foi pega. Mas para nós o que interessa é se há mais combate ao problema - e nesse ponto parece que o Brasil está de fato avançando", opina.

"Tivemos uma evolução institucional grande e um aumento da sociedade. Hoje temos a lei contra a lavagem de dinheiro, a lei anticorrupção, a da ficha limpa, de acesso a informação e etc. 

Instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal e o próprio sistema judiciário também têm demonstrado grande autonomia."

O governo Dilma, na avaliação de Brandão, teria sido marcado por um certo "pudor republicano" que favoreceu o combate a corrupção em alguma medida, embora em algumas ocasiões esse pudor possa ter sido abandonado (por exemplo, se forem comprovadas as tentativas do governo de interferir na Lava Jato, como denunciou o ex-líder do governo no Senado Delcídio do Amaral).

Ele lembra o caso da Malásia, onde o procurador-geral foi destituído após um escândalo de corrupção envolvendo o primeiro-ministro.

"No Brasil, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, foi reconduzido ao cargo em meio à Lava Jato. O Supremo Tribunal Federal também tem agido com autonomia, apesar de muitos de seus membros terem sido indicados pelo PT - enquanto na Venezuela, por exemplo, essa corte mais parece um escritório de advogados do presidente (Nicolás Maduro)."

Já para Neves, do Eurasia Group, dizer que o governo do PT "deixou que se investigasse" a corrupção na Petrobras é "papo furado".

"Concordo que é difícil dizer se a corrupção caiu ou cresceu no governo PT. Mas é relevante o fato de o escândalo da Lava Jato ser o maior escândalo de corrupção da história brasileira", opina. "Também chama a atenção a maneira coordenada e sistematizada com que o esquema foi montado na estatal."

5. PISA - Educação

Em 2000, primeiro ano em que o Brasil fez parte do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da OCDE (a organização dos países ricos), o país ficou em último lugar entre 32 nações.
O programa tem como objetivo avaliar e comparar o resultado de sistemas educacionais no mundo por meio de uma série de testes aplicados a estudantes.

No último relatório, publicado no final de 2013, agora com dados de 65 países (alguns ricos, como Japão, Suíça e Alemanha, o Brasil ocupou a posição 55 no ranking de leitura, 58 no de matemática e 59 no de ciências. Ou seja, comparativamente avançou em relação ao 2000, ainda que pouco.

Para Melguizo, da OECD, porém, é natural que a melhora tenha sido lenta porque a grande conquista do país nos últimos anos foi na questão da "cobertura do sistema", ou seja, no acesso à escola e universidades.

"Esse era um processo necessário. Falta agora avançar na questão da qualidade do ensino e também na educação para o trabalho. Mas não acho que devemos ver essa melhora lenta com pessimismo", diz ele."Na questão da cobertura o avanço foi significativo."

Castro Neves, do Eurasia Group concorda: "Considero a expansão do acesso a educação como parte do legado social positivo (dos anos de governo do PT), embora certamente falte melhorar a questão da qualidade."

6. Ambiente para negócios

A questão do ambiente para os negócios é outra área em que os especialistas veem certa estagnação como saldo dos 13 anos do governo petista - com deterioração na gestão Dilma.

Alguns índices internacionais parecem corroborar essa percepção. Em 2002, o país ficou no 46º lugar entre 80 países no ranking de competitividade global calculado pelo World Economic Forum (WEF), que considera dados sobre as condições de se fazer negócio pelo mundo.

Em 2015, ocupou a 75ª posição entre 140 países, após cair 18 posições em um ano em função de problemas como o aumento da pressão inflacionária, a alta da percepção de corrupção e a deterioração da confiança em instituições. Foi a pior classificação do país desde que o índice de competitividade global foi criado, nos anos 90.

O relatório de 2015 do WEF destaca, porém, o avanço do Brasil na questão do transporte aéreo e infraestrutura, apesar de esse ainda ser considerado um dos gargalos da economia brasileira. E cita o grande mercado consumidor do país como um dos fatores que ainda o torna atrativo para investidores.

"Nesses 13 anos - e principalmente nos anos de bonança econômica - o governo poderia ter aproveitado para fazer reformas estruturais, melhorar a questão tributária, reduzir a burocracia (para se fazer negócios no Brasil) e etc. Mas perdeu-se essa oportunidade", diz Neves.

"Hoje também parece claro que as políticas de campeões nacionais (conduzida pelo BNDES, que selecionou companhias para ajudar a torná-las mais competitivas globalmente, com créditos subsidiados e compra de participações acionárias) não foram uma boa ideia - criaram um ambiente de negócios em que era o governo quem escolhia perdedores e vencedores e, para se beneficiar, era preciso gritar mais alto."

Para Ribeiro, da Tendências, o ambiente para negócios piorou principalmente a partir de 2011. "Tivemos muitas mudanças nas regras do jogo, mais impostos para uns, subsídios para outros e tentativas do governo de intervir em determinados setores que não deram certo, como no setor elétrico", diz.

*Colaborou João Fellet, de Washington

Temer convoca reunião com centrais sindicais para segunda-feira

em SÃO PAULO, (SP)


O presidente interino, Michel Temer (PMDB), convocou para segunda-feira (16), às 15h, em Brasília, reunião com centrais sindicais para discutir possíveis mudanças na Previdência Social, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força. Segundo ele, o encontro foi agendado após o mal-estar gerado junto às centrais sindicais pelos comentários do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante entrevista coletiva na última sexta-feira.

Paulinho contou que a Força Sindical, entidade presidida por ele, quer ouvir as propostas de Temer e a ideia do encontro é "acertar procedimentos". Em conversas anteriores com representantes do atual governo, teria sido dito que nada mudaria sem ampla negociação com centrais sindicais, afirmou Paulinho da Força. "Queremos que seja o governo do diálogo, que não seja um governo que decida de cima para baixo", acrescentou.

Entre os pontos defendidos, o político disse que não aceitará alterações na idade mínima para aposentadoria de quem já estiver trabalhando. "Se for para discutir para quem começa a trabalhar agora, até é possível. O jovem que começa a trabalhar agora vai viver 100 anos e é possível trabalhar um pouco mais", afirmou. Além da Força Sindical deverão estar presentes no encontro de amanhã representantes da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores. "A CUT foi convidada, mas acho que eles não vão", acrescentou Paulinho.

Na entrevista, na sexta-feira, Meirelles defendeu a mudança nas regras da Previdência. "A reforma da Previdência é uma necessidade. A Previdência tem que ser autossustentável ao longo do tempo", disse. O ministro também defendeu uma idade mínima para as aposentadorias. No mesmo dia, Paulinho da Força chamou de "estapafúrdias" as ideias do ministro da Fazenda. "A Força Sindical repudia qualquer tentativa de se fazer uma reforma da Previdência que venha a retirar direitos dos trabalhadores", disse por meio de nota. "A estapafúrdia ideia defendida pelo atual ministro é inaceitável porque prejudica quem ingressa mais cedo no mercado de trabalho, ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros. Vale lembrar que o último governo já fez mudanças no regime da Previdência que só resultaram em prejuízos para os trabalhadores", acrescentou o dirigente.
Com desemprego, vem aumentando número de autônomos

Com desemprego, vem aumentando número de autônomos

SILVANA PATALÃO
do PORTAL UNIVERSO, em SÃO PAULO, (SP)

Restaurantes de comidas caseiras, com disk-entregas gratuito, essa é a forma que Elisângela Prado encontrou para conseguir uma renda para ajudar nas despesas de casa. "Não é fácil, eu fui dispensada, e só meu marido que esta trabalhando, e agente tem contas de luz, água, escola das crianças, e despesas com a casa.", conta. 

Elisângela explica que após perder o emprego como promotora de vendas em um supermercado teve a ideia de abrir o disk-entregas de comidas caseiras. "Eu pensei nos lucros, preços, e nas estrategias de vendas, e graças a Deus esta dando certo. Não é igual a minha renda anterior, mais já da para ajudar em casa.", completa.

Com o aumento do desemprego no Brasil vem aumentando o número de pessoas abrindo seus próprios negócios, e ganhando sua renda independente. Atualmente, a economia no Brasil continua em uma situação delicada, o que esta gerando aumento em impostos, e provocando desempregos.

Uma das áreas mais afetadas pela crise é o comércio, as vendas despencaram, e os comerciantes precisaram fazer demissões para equilibrar as contas. Outros decidiram abrir falência por causa da queda de vendas.


Já são 11 milhões de brasileiros e brasileiras desempregados por causa da situação econômica do país.

Relação comercial Brasil-Argentina tende a crescer

MÔNICA BOTTO
do PORTAL UNIVERSO, em SÃO PAULO, (SP)


O presidente interino Michel Temer tem propostas alinhada com o presidente da Argentina, Mauricio Macri.

O presidente interino Michel Temer tem propostas alinhada com o presidente da Argentina, Mauricio Macri. O país vizinho compra automóveis, autopeças e veículos de carga, entre outros produtos. Para os especialistas, a relação comercial com a Argentina pode ser muito importante. 

Especialistas ouvidos pela reportagem afirmam que Temer e Macri possuem uma postura neoliberal na economia, ambos governos são pró-privatização, que buscam ajustes nas contas públicas. 

A Argentina enfrenta uma crise econômica a nove anos. Para os especialistas, a economia mundial não esta em sua melhor condição.

Comparando Brasil e Argentina, o Brasil possui um mercado de capitais mais evoluído e estável. Na Argentina a inflação já acumula 20% neste ano. 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Recuperações judiciais no setor de construção crescem 83% em 2016




Entre janeiro e abril deste ano, 339 empresas da construção civil entraram em recuperação judicial e 218 faliram, segundo dados do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (INRE). Para se ter ideia da deterioração da situação financeira das empresas, em 2015, no mesmo período, foram registradas 185 recuperações e 88 falências.

A paradeira pela qual o Brasil está passando, com a enorme escassez de obras públicas, é um dos motivos que levaram as construtoras à bancarrota. Mas há um outro elemento que também sacrifica o caixa e deixa as companhias sem reação: os atrasos nos pagamentos do poder público.

Segundo o presidente da Associação Paulista dos Empresários de Obras Públicas (Apeop), Luciano Amadio, só no Estado de São Paulo o atraso nos pagamentos já chegou a 80 dias. O resultado é o prolongamento dos cronogramas das obras por meses. Foi o que ocorreu com um projeto da construtora CVS. Previsto para entrar em operação em junho deste ano, o calendário foi estendido para dezembro, por atraso no pagamento.

O diretor da companhia, Cesar Scatena, conta que a combinação entre falta de novas obras e atraso nos pagamentos das obras em andamento comprometem muito a capacidade das empresas. Nos últimos meses, para suportar a falta de trabalho, a companhia decidiu cortar 90% do quadro de funcionários, diminuir a conta de telefone e mudar de prédio para reduzir custos.

"Antes, ocupávamos quatro salas em um prédio. Reduzimos para duas e agora vamos para um imóvel próprio, um pouco menor." Ele conta que a empresa tem apenas um contrato em carteira. "Estamos em busca de novos negócios para driblar a crise", diz Scatena, destacando que até 2013 o portfólio da construtora era 100% público.

O Grupo Jardiplan vive os mesmos dilemas para se manter de pé. Sem novos projetos, os custos da empresa têm sido bancados apenas por uma atividade do grupo, que é a conservação de rodovias. Boa parte dessas obras é contratada por concessionárias de estradas que têm de cumprir cronogramas de investimentos previstos em contrato. Só em São Paulo, as empresas que administram as rodovias gastam R$ 23 milhões com pinturas de sinalização, instalação de defensas e conservação em geral.

 "Temos contrato até o ano que vem. Do meio de 2017 pra frente não sei como será se esse mercado não virar", afirma o presidente da Jardiplan, Manoel Carlos Ferrari. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Trump afirma que pode elevar impostos para mais ricos em seu governo




Donald Trump disse que seu ambicioso pacote de redução de impostos em todo os Estados Unidos deve servir como ponto de partida para as negociações com o Congresso, e que os impostos realmente podem subir para as famílias mais ricas, se for necessário para compensar a queda nas taxas para a classe média.

O candidato deu uma entrevista ao canal de TV ABC neste domingo. "O plano é ter impostos mais baixos para as empresas, impostos mais baixos para a classe média, impostos mais baixos para todos. E em seguida, vamos começar a negociar". Sobre as taxas de impostos para os ricos, Trump disse: "Em meu plano, eles também cairão. Mas na hora da negociação, eles vão subir", devido à pressão dos parlamentares democratas.

Questionado sobre o impacto sobre os indivíduos de alta renda, como ele mesmo, Trump declarou que tem a sensação "de que pode pagar um pouco mais. Temos que fazer alguma coisa. Quer dizer, eu não me importaria em pagar mais".

Em outra entrevista na NBC que foi ao ar neste domingo, Trump disse que sua proposta fiscal era essencialmente um ponto de partida para as negociações, e ele não espera que o Congresso vai aprová-la como está. "Não tenho ilusões. Eu não acho que vai ser o plano final", disse ele.

Trump, que se recusou a tornar públicas suas declarações de impostos, respondeu sobre o assunto quando foi pressionado para esclarecer comentários sobre a sua posição em relação à carga fiscal para os ricos, e também sobre o salário mínimo.

Democratas e republicanos têm tipicamente profundas divisões sobre estas duas questões - os republicanos em geral querem taxas mais baixas para todos os contribuintes e sem aumento do salário mínimo, enquanto os democratas defendem aumento da carga sobre pessoas com rendimentos elevados e aumento do salário mínimo. Mas as posições de Trump costumam variar entre os dois lados. Fonte: Dow Jones Newswires.

Geddel também participa de reunião no Jaburu com Temer e Meirelles




Cotado para assumir a Secretaria de Governo no provável governo Michel Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), também participa da reunião no Palácio do Jaburu. O ex-ministro de Lula chegou na tarde de domingo, 8, à residência oficial da vice-Presidência, onde já estava o provável futuro ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Michel Temer retornou a Brasília esta tarde, após passar o fim de semana em São Paulo.
Para brasileiros o país só sairá da crise com novo governo

Para brasileiros o país só sairá da crise com novo governo

PAULA MARIA DUARTE e SILVANA PATALÃO
do PORTAL UNIVERSO, direto de BRASÍLIA, (DF)

Para a maioria dos brasileiros o Brasil só sairá dessa situação delicada com um novo governo, a reportagem do UNIVERSO ECONOMIA ouviu 160 pessoas, com idades entre 26 a 71 anos, entre homens e mulheres. Para 149 dos entrevistados, o Brasil só sairá da crise econômica caso houver um novo governo, e uma nova equipe econômica. Enquanto 11 dos entrevistados acreditam que mudar o governo não resolve a situação econômica do país.

Questionados sobre um eventual governo Temer, acabou dividindo opiniões, 86 são a favor, enquanto 73 são contra. Questionados sobre novas eleições, 127 são a favor, enquanto 33 são contra.

Questionados sobre o índice de satisfação do Governo Dilma, 149 são contra a politica econômica do governo, enquanto 11 afirmaram ser favoráveis.

A reportagem ouviu pessoas entre os dias 2 e 6 de maio, de Brasília-DF, e São Paulo-SP.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Nikkei cai mais de 3,5% na metade da sessão devido à valorização do iene




O índice Nikkei da Bolsa de Valores de Tóquio caiu nesta segunda-feira mais de 3,5% na metade da sessãom afetado pela nova valorização do iene em relação ao dólar, que afetou negativamente as ações dos grandes exportadores japoneses.

No intervalo de meia sessão, o Nikkei acumulava queda de 604,03 pontos (3,62%), aos 16.062,02.

O segundo indicador, o Topix, que reúne os valores da primeira seção, caía 47,59 pontos (3,55%), para 1.292,96.

O pregão começou o dia com forte queda e chegou a cair mais de 4% nos primeiros minutos de negociação e a descer brevemente dos 16.000 pontos pela primeira vez em aproximadamente três semanas, antes de estabilizar suas perdas. 

Protestos do 1º de maio terminam com 18 detenções e dois feridos na França





Dezoito pessoas foram detidas e duas ficaram levemente feridas, entre elas um policial, nas manifestações convocadas na França neste domingo por causa do Dia do Trabalho, anunciou o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.

De acordo com os números divulgados em comunicado, cerca de 281 concentrações em todo o país, mas a maioria transcorreu "em boas condições".

Apesar da maioria dos protestos ter sido pacífica, o ministro destacou que em Paris houve "incidentes inaceitáveis por parte de uma minoria marginal e violenta", nos quais "foram lançados projéteis contra as forças da ordem e ocasionaram degradações".

Cazeneuve afirmou que esses distúrbios "foram controlados", garantiu que seus autores "deverão responder por seus atos perante a justiça" e parabenizou os agentes pelo trabalho.

As celebrações deste domingo em Paris contaram com aproximadamente 16 mil pessoas, segundo a polícia, e 70 mil, de acordo com os sindicatos. Em todo o país, o Ministério do Interior calculou em 84 mil o número de pessoas que foram às ruas por causa da data.

Os protestos anteriores, de 28 de abril, terminaram com 214 detenções e 78 agentes feridos, e levaram as autoridades a aumentar o dispositivo de segurança.

As manifestações de hoje tinham novamente como foco a reforma trabalhista do governo, que começará a ser debatida no parlamento na terça-feira, e da qual os sindicatos convocantes exigem o cancelamento. 

STF suspende liberação de crédito extraordinário para publicidade do governo





O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu parcialmente a vigência de Medida Provisória, editada na última sexta-feira (29), que abria crédito extraordinário em favor da Presidência da República e do Ministério do Esporte, no valor de R$ 180 milhões. A liminar de Gilmar Mendes atende a uma ação direta de inconstitucionalidade apresentada pelo Solidariedade (SD).

O ministro do STF suspendeu apenas o crédito extraordinário destinado para a Presidência da República, para comunicação institucional (R$ 85 milhões) e publicidade de utilidade pública (R$ 15 milhões). A destinação de R$ 80 milhões para a Pasta do Esporte foi preservada, para instalação de infraestrutura para a Olimpíada e Jogos Paraolímpicos Rio 2016.

Na decisão, Gilmar Mendes destaca que "a abertura do crédito extraordinário, fora das hipóteses constitucionais, fatalmente acarretará dano irreparável ao erário". "Não parece razoável supor que gastos com publicidade sejam imprevisíveis ou urgentes", completa o ministro em seu despacho.

Com relação ao crédito extraordinário para o Esporte, Gilmar Mendes afirma que a "questão constitucional afigura-se mais delicada". "Ainda que se possa discutir sobre a imprevisibilidade da despesa, uma vez que a data e as condições de realização de eventos esportivos do porte das Olimpíadas são há muitos anos conhecidos pelo Poder Público e até mesmo pela sociedade, não vislumbro ser hipótese de concessão da medida cautelar requerida. Isso porque a proximidade dos Jogos Olímpicos torna a urgência qualificada e não há nos autos elementos que permitam, em análise inicial, típica de providências cautelares, informar o caráter extraordinário do crédito, ainda que as condições para sua abertura possam ser resultado de má gestão", afirma o ministro.

Atraso no pagamento de salários afeta 1,5 milhão de servidores




A grave crise fiscal que se instalou no País abalou o que há de mais seguro no mercado de trabalho brasileiro: o funcionalismo público. Sem dinheiro em caixa e com uma conta que não para de crescer, os Estados têm deixado de pagar em dia o salário dos trabalhadores. Um levantamento feito pelo 'Estado' com sindicatos e associações de servidores estaduais mostra que 11 unidades da Federação atrasaram, parcelaram ou escalonaram a folha de pagamento desde o início da atual gestão. O problema já afeta a vida de 1,5 milhão de trabalhadores. A expectativa é de que, nos próximos meses, outros Estados engrossem essa lista.

Hoje, os casos mais dramáticos são Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro - ambos começaram a parcelar salários no ano passado. Na administração gaúcha, os servidores enfrentam instabilidade desde o início do segundo semestre de 2015. Além do 13º salário, que só começará a ser pago em junho deste ano, o salário de março foi parcelado em nove vezes. Em abril, a medida vai se repetir. "É uma coisa maluca, porque ninguém sabe quando e nem quanto vai receber", diz Cláudio Agostinho, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado.

No Rio de Janeiro, onde 438 mil servidores foram afetados, o governo chegou ao ponto de abrir uma linha de crédito no banco para que os trabalhadores pudessem receber a segunda parcela do 13º salário, com juros pagos pela Fazenda. Por ora, segundo a Secretaria da Fazenda, os salários estão em dia. Mas o calendário de pagamentos foi alterado.

Outros Estados seguiram a mesma estratégia de mudar a data de depósito do salário, como Rio Grande do Norte e Tocantins. "Antes era dia 30, depois passou para dia 3, dia 5 e agora dia 10. Não há um calendário definido antecipadamente. Não podemos nos programar", afirma a presidente da Associação dos Servidores Públicos do Rio Grande do Norte, Angélica Soares, lembrando que o Estado atrasou o pagamento no ano passado.

A justificativa para a mudança na data do Tocantins foi o repasse das verbas federais. O pagamento passou do 5º dia útil para o dia 12. "Não temos liquidez financeira. Dependemos do repasse do FPE (Fundo de Participação do Estado, destinado aos governos estaduais e pago pela União) no dia 10 para pagar a folha no dia 12", afirma o secretário de administração do Estado, Geferson Barros.

Com o caixa debilitado, Minas Gerais não só atrasou o salário em dezembro como foi obrigado a parcelar os pagamentos seguintes. A Secretaria de Gestão e Planejamento do Estado atribuiu o atraso, sobretudo, à forte queda da arrecadação do ICMS em 2015.

O recuo das receitas também colocou o Amazonas em dificuldades. Há dois meses, os médicos terceirizados estão sem receber o salário. Boa parte deles formou cooperativas para prestar serviço ao Estado e depende do repasse da administração para garantir o salário. "Temos tido problemas por causa do recuo da atividade no Estado do Amazonas", afirma o Secretário da Fazenda do Estado, Afonso Lobo Moraes. "Nesse quadro, a nossa arrecadação teve um recuo expressivo, por isso existe essa dificuldade de manter o pagamento dos fornecedores em dia", diz.

O fato é que, para muitos Estados, a conta não fecha mais. O resultado foi parar no contracheque dos servidores e dos trabalhadores terceirizados que prestam serviço para a administração estadual. Mesmo aqueles que ainda não foram atingidos pelos atrasos também têm prejuízos. Alguns governadores congelaram os salários e benefícios já concedidos.

Dívida

Em meio ao caos, os Estados tentam renegociar suas dívidas com a União. Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender o julgamento sobre a mudança de juros compostos para juros simples no cálculo da dívida. A intenção da corte é de que as partes negociem entre si como ficará a questão.

A deterioração das contas estaduais teve origem na forte queda da arrecadação, sobretudo do ICMS - o principal imposto estadual -, e pela alta do endividamento. Nos últimos anos, até os Estados com baixa capacidade de tomar empréstimos foram autorizados pela União a elevar a dívida. "A queda de arrecadação colocou os Estados numa situação dramática", diz Raul Velloso, especialista em contas públicas. Parte da piora do quadro fiscal também é explicada pela redução dos recursos do FPE destinados aos Estados e pagos pela União.

Na avaliação do economista, o retrato das finanças estaduais também reflete decisões adotadas pelo governo federal. Em janeiro deste ano, por exemplo, a presidente Dilma Rousseff reajustou o piso salarial dos professores em 11,36%. A medida foi tomada mesmo a contragosto dos governadores que pediam um aumento menor ou até mesmo o cancelamento do reajuste. "Os Estados não têm muita escolha. Diante do tamanho do comprometimento da receita com pessoal e serviço da dívida, não sobra nada", diz Velloso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bradesco e Santander encolhem crédito





Os resultados do Bradesco e do Santander Brasil no primeiro trimestre confirmaram as expectativas de um cenário mais desafiador para os grandes bancos no País, com calotes crescentes e encolhimento dos empréstimos. A demanda ainda mais fraca associada à desvalorização do dólar, que fechou março em R$ 3,59, influenciado pelo contexto político no País, contribuiu para que as carteiras diminuíssem até mesmo no comparativo anual.

O alívio veio das receitas com tarifas e seguros, fora as margens financeiras, que seguiram sendo impulsionadas pela reprecificação das carteiras por conta dos juros altos. Apesar disso, não foram suficientes para evitar a queda no resultado, em linha com a expectativa de analistas que já anteviam a piora dos números do setor em meio ao aprofundamento da crise política e econômica no Brasil.

O Bradesco, por exemplo, reportou na semana passada a primeira queda anual em seu lucro líquido em mais de quatro anos. O resultado contábil da instituição somou R$ 4,121 bilhões, cifra 2,9% menor do que a vista em idêntico intervalo de 2015, de R$ 4,244 bilhões. A queda ocorreu, principalmente, por conta da constituição de uma provisão específica para uma grande empresa do setor de óleo e gás, no valor de R$ 836 milhões. O banco não revelou o nome, mas, segundo analistas, seria a Sete Brasil, prestes a entrar com pedido de recuperação judicial.

Luiz Carlos Angelotti, diretor gerente e de relações com investidores do Bradesco, disse que esse crédito estava 10% provisionado, mas foi feito um ajuste para 70% por agravação de rating. Embora tenha descartado provisão do mesmo montante no próximo trimestre, admitiu que, se necessário, novos colchões serão constituídos. "Entendemos que não deve se repetir todo trimestre, mas pode ocorrer em um trimestre futuro. O restante dos clientes são mais pulverizados", explicou Angelotti, em teleconferência com a imprensa.

A Sete Brasil tem R$ 14 bilhões em dívidas. Do total, R$ 12 bilhões foram tomados com Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco, Santander e Standard Chartered, dos quais R$ 4 bilhões já teriam sido recuperados. O restante, porém, deve ser provisionado nos balanços dos credores. A fatia equivalente ao Santander não é crédito, mas equity. Deve, portanto, impactar no patrimônio do banco. Questionado, Sérgio Rial, presidente da instituição, disse a jornalistas que não comentaria sobre casos específicos.

Em termos de crédito, tanto Bradesco quanto Santander viram suas carteiras encolherem. Segundo Angelotti, os baixos volumes contribuíram para o aumento da inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, que subiu de 4,06% em dezembro para 4,22% em março, impactada, principalmente, pelas pequenas e médias empresas, que sofrem mais com a crise no País. No banco espanhol, os calotes foram a 3,3% no primeiro trimestre, ante 3,2% nos três meses anteriores.

Angel Santodomingo, vice-presidente executivo e CFO do Santander, afirmou que, diante do cenário macroeconômico desafiador, a carteira de crédito deve permanecer em território negativo nos próximos trimestres. Analistas também projetam queda dos empréstimos para o Bradesco, que preferiu não mexer nos seus guidances. O banco espera que sua carteira cresça entre 1% e 5% neste ano.

Despesas com calotes

Puxadas pela PDD específica, as despesas com provisões do Bradesco saltaram 30% ao final de março ante dezembro e mais de 50% em um ano, totalizando R$ 5,448 bilhões. O banco, no entanto, preferiu não revisar os guidances do ano. De acordo com Angelotti, ainda é cedo para mudanças. Acrescentou, contudo, que no caso dos gastos com calotes, o teto da faixa de R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5 bilhões passa a ser mais factível.

Na direção contrária, o Santander Brasil reduziu seu colchão para perdas com créditos duvidosos. Rial classificou o ajuste como natural e garantiu que a política de provisionamento não mudou. "Não há preocupação com a inadimplência diferente daquela que já vínhamos tendo. O cenário não se tornou muito pior. Os sinais de desemprego já eram claros em 2015", destacou ele, em coletiva de imprensa.

O espanhol, que colhe mais tardio os frutos da mudança de mix de crédito no País, anunciou ontem lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio da compra do Real, de R$ 1,660 bilhão no primeiro trimestre, cifra 1,67% maior que a vista em um ano, de R$ 1,633 bilhão. Foi, de acordo com Rial, o oitavo resultado crescente da instituição em nove trimestres.

O motor para a expansão do lucro foi, conforme o executivo, novos clientes e a vinculação de correntistas existentes ou até então inativos e que passaram a consumir mais produtos com o Santander. Negou, porém, que o lucro tenha crescido em cima do aumento de tarifas. "Não há ambiente para isso", disse. No Bradesco, receitas e seguros sustentaram dois dígitos de crescimento no trimestre.

CNI entrega listas com sugestões a Temer de como tirar o país da crise

SILVANA PATALÃO
do PORTAL UNIVERSO, em SÃO PAULO, (SP)

A economia brasileira esta em uma situação delicada, onde quem mais esta sofrendo são os trabalhadores e empresários.

Foto: Reprodução

Números de desempregos aumentando, chegando a níveis recordes, empresas cada dia fechando as portas e abrindo falência. A economia brasileira esta em uma situação delicada, onde quem mais esta sofrendo são os trabalhadores e empresários.  A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregou a Michel Temer (PMDB) uma lista de 36 medidas para conseguir tirar o Brasil dessa atual crise econômica, em um eventual governo Temer, caso a presidente Dilma Rousseff sofra o processo de impeachment no Senado e se afaste.

"O documento sustenta que o País só voltará a crescer com ações nas áreas fiscais e de competitividade.", informou a CNI. Segundo a CNI, os empresários aguardam sinalização de que o governo investirá em medidas estruturais para recuperar a confiança e voltar a investir no Brasil. A CNI ouviu empresários para levantar as 36 medidas. 

No documento, a CNI prega ainda um ajuste de longo prazo, com a imposição de limites para gastos correntes do governo e uma reforma no sistema tributário, com a simplificação da cobrança do ICMS. Ações pelo ajuste fiscal, por reformas na legislação trabalhista pelo aumento das concessões em infraestrutura, por avanços na área de comércio exterior, por melhores condições de crédito para as empresas e pela suspensão de novas obrigações acessórias que aumentam o custo e a burocracia para as empresas.

"A saída da grave crise econômica por que passa o País exige a adoção de uma série de medidas na área fiscal e de aumento da competitividade. Não existe uma bala de prata ou uma mágica para melhorar o ambiente de negócios. É um conjunto de ações, que, somadas à retomada do diálogo e à escolha de uma equipe eficiente, podem tirar o País da recessão.", disse o presidente da confederação, Robson Braga de Andrade.

A CNI ainda quer mudanças na lei do óleo e gás. 'livre competição entre as empresas nos leilões do pré-sal', 'Um ambiente com maior número de operadores é salutar para o desenvolvimento da indústria.'

Ainda é pedido a Temer que o governo negocie os acordos comerciais e aperfeiçoe os mecanismos de financiamento de comércio exterior, conclua a agenda de facilitação de comércio, além de ajustar a alíquota do Reintegra e criar condições para manutenção de um câmbio competitivo e estável.


A CNI cobra 'o início do processo de transferência da administração dos portos'.
Novas formas de trabalho precisam de regulação, defendem especialistas

Novas formas de trabalho precisam de regulação, defendem especialistas

MARIANA BRANCO
da AGÊNCIA BRASIL, em BRASÍLIA, (DF)

Com a evolução acelerada da tecnologia, o perfil do trabalho no mundo está mudando. O trabalho a partir de casa, horários flexíveis e vínculos menos formais são exemplos de alteração nas relações entre empregadores e contratados. Segundo relatório de 2015 da Organização Mundial do Trabalho (OIT), trabalhadores em arranjos que destoam do padrão representam três quartos dos empregados no mundo. Para especialistas, as novas formas de trabalho precisam de regulação.

“[As mudanças na forma de trabalho] incluem o aumento do emprego temporário e da jornada parcial. Além disso, [é preciso considerar] situações de emprego mais ambíguas, como o emprego por resultado, os contratos de zero horas [tipo de contrato em que não há um mínimo de horas de trabalho estipulado] e outros cuja ascensão está sendo facilitada pelo avanço tecnológico”, diz Steven Tobin, do Departamento de Pesquisa da OIT. Segundo Tobin, essas mudanças representam um “desafio”.

“Isso significa segurança de trabalho reduzida, ganhos irregulares e inelegibilidade para proteção social e representação de categoria”, afirma. Segundo ele, é necessário trabalhar em uma regulação atualizada para as novas formas de trabalho, construída por meio de diálogo social.

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, acredita que o bem-estar do trabalhador deve ser preservado. “Aquele modelo fordista acabou. Não há dúvida que tem de haver um outro conceito. Mas não um conceito que signifique que a gente tem que se render ao estresse, às más condições de trabalho”, afirma.

Para Ganz Lúcio, o Estado tem de assumir o papel de regular os arranjos não tradicionais de trabalho. “Se o trabalhador que trabalha a partir da sua residência tem um acidente, como se separa se é pessoal ou de trabalho? Isso exigirá um nível de regulação por parte do Estado, imaginando essas situações e dando uma proteção coerente com o tipo de trabalho que a sociedade está exigindo. Não se pode transferir o ônus e a responsabilidade para o trabalhador”, defende.

Para ele, a resposta do Poder Público às mudanças precisa ser estratégica. “O uso de tecnologia no corte da cana acaba com milhares de postos. Nós achamos que está correto, pois o trabalho é desumano. Agora, a política econômica tem que ter uma estratégia para gerar novos postos de trabalho. Esse equilíbrio é que tem que ser buscado o tempo todo”, pondera.

O diretor do Dieese afirma ainda que é preciso separar a necessidade de regulação de novas formas de trabalho de alterações que resultem em precarização. “Muitas vezes, o empresário diz que quer flexibilizar e o que ele quer é aumentar a exploração sobre o trabalho”, critica.