sexta-feira, 24 de junho de 2016

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Investimento estrangeiro cresce 38% no mundo, mas Brasil não abocanha nada





Em meio à crise econômica, fluxos de aplicações vindas do exterior caíram 12% no Brasil.

Foto: Reprodução / BBC

Apesar dos fluxos mundiais de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) terem crescido 38% em 2015, atingindo US$ 1,76 trilhão - o maior nível desde a crise financeira de 2008 -, no Brasil houve uma queda de 12%, segundo estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês) publicado nesta terça-feira.

Esses recursos estrangeiros, investidos em atividades produtivas, criações, fusões e aquisições de empresas e empréstimos entre matrizes e filiais, totalizaram US$ 64,6 bilhões no Brasil em 2015, de acordo com o relatório "Investimento Mundial 2016" da organização.

No ano anterior, o volume havia sido de US$ 73 bilhões. Com a diminuição, o Brasil caiu quatro posições no ranking dos países que mais atraem investimentos estrangeiros diretos no mundo, mas ainda se mantém em posição de destaque, no oitavo lugar.

A queda no Brasil não foi uma das mais acentuadas entre os 20 países que atraíram maior volume. Na Austrália, a redução foi de 45% - o país passou de 9° a 17° entre os que mais recebem aplicações vindas do exterior voltadas à produção.

Segundo a Unctad, a "atividade geral de investimento no Brasil despencou durante o ano". A organização acrescenta que a recessão econômica no país e a redução dos ganhos das empresas fez com que os lucros reinvestidos (quando a companhia decide manter os valores no país, em vez de repatriá-los para a matriz) caíssem 33%.

Já os investimentos estrangeiros para a compra de ativos, como máquinas e terrenos ou abrir fábricas e escritórios, tiveram crescimento "modesto" de 4% no Brasil, segundo o relatório.

"Apesar da crise na produção automotiva, os investimentos estrangeiros nesse setor industrial aumentaram bruscamente com a retomada de projetos anunciados anteriormente", diz a Unctad.

O setor da saúde também registrou grande aumento nas aplicações, que passaram de US$ 16 milhões para US$ 1,3 bilhão com a nova lei que permite ao capital estrangeiro ter inclusive o controle de empresas desse segmento, como planos de saúde, afirma o estudo.

"A queda do real também criou oportunidades para comprar ativos brasileiros a preços mais baixos", diz a Unctad, citando o exemplo da British American Tobacco, que lançou oferta para adquirir a totalidade das ações de sua filial Souza Cruz no mercado por US$ 2,5 bilhões.

Brics

O investimento estrangeiro direto no Brics (grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) caiu 5,5% em 2015. Com isso, a participação do bloco no total mundial caiu de 21%, em 2014, para 15% no ano passado.

"O crescimento do investimento na China e Índia não pode compensar totalmente o declínio no fluxo de IED para outras economias do grupo", afirma a Unctad.

A China representa sozinha mais de 50% do total de aplicações recebido em países do Brics.

No gigante asiático, os investimentos estrangeiros diretos cresceram pouco mais de 5% em 2015, totalizando US$ 136 bilhões. O país caiu do primeiro para o terceiro lugar entre as economias que mais atraem IED no mundo, ficando atrás dos Estados Unidos, que assumiram a liderança, e de Hong Kong, região da China que tem um sistema político e econômico separado.

Fusões e aquisições

Segundo a Unctad, o forte aumento em nível mundial nas fusões e aquisições internacionais, que passaram de US 432 bilhões em 2014 para US$ 721 bilhões em 2015, foi o principal fator que permitiu a forte recuperação do nível desses investimentos no ano passado.

Essas aquisições deverão provocar, por parte das multinacionais, importantes reconfigurações corporativas, como mudanças de sede por razões estratégicas ou fiscais (para países com impostos mais baixos).

A organização ressalta que descontado esse aspecto de reconfiguração corporativa em grande escala, decorrente das fusões e aquisições, o aumento do fluxo de investimento estrangeiro direito mundial foi "bem mais moderado" em 2015 - em torno de 15%, em vez dos quase 40% anunciados.

A organização alerta, no entanto, contra os riscos de excesso de otimismo.

"Apesar do salto de quase 40% no fluxo de IED mundial e da esperança de que os investimentos internacionais estão por fim retornando a um crescimento sustentável, ainda não estamos fora de perigo", afirma o secretário-geral da Unctad, Mukhisa Kituyi.

Propostas para retomada da economia serão apresentadas em 15 dias, diz ministro do Planejamento





O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou na quarta-feira que em 15 dias será apresentado um conjunto de propostas para a retomada da economia, de cunho mais regulatório.

Em entrevista à imprensa, ele explicou que as propostas não poderão trazer encargos fiscais elevados ao Estado e buscarão destravar investimentos e diminuir riscos jurídicos.

(Reportagem de Lisandra Paraguassu)

Tribunal dos EUA aceita pedido de tutela provisória da Oi





Além da Oi, a tutela provisória também abrange as subsidiárias Telemar Norte Leste, Oi Brasil Holdings Coöperatief e Oi Móvel.

A operadora de telecomunicações Oi informou que um tribunal nos EUA deferiu pedido de tutela provisória, que impede que credores iniciem ações e rescidam contratos com a operadora e suas subsidiárias que pediram recuperação judicial.

"Essa tutela provisória será mantida até que os devedores obtenham reconhecimento integral da corte americana de seus pedidos conforme o Capítulo 15", disse a Oi, em comunicado referindo-se ao trecho do código de falências norte-americano que menciona casos internacionais. Com este reconhecimento, os devedores e seus bens serão protegidos nos EUA.

Além da Oi, a tutela provisória também abrange as subsidiárias Telemar Norte Leste, Oi Brasil Holdings Coöperatief e Oi Móvel.

Com uma dívida de 65,4 bilhões de reais, a Oi e seis subsidiária pediram recuperação judicial na segunda-feira na justiça brasileira.

A audiência do Tribunal Federal de Falências no Distrito Sul de Nova York para avaliar os pedidos dos devedores está marcada para 21 de julho.

(Por Juliana Schincariol)

BB vai provisionar R$650 mi no balanço do 2o tri por empréstimos para Oi, diz fonte





Com o pedido de recuperação judicial da Oi, o percentual de provisão sobe já neste trimestre para 30 por cento, o que exigirá uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais.

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil fará uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais no balanço do segundo trimestre, após a operadora de telecomunicações Oi ter pedido recuperação judicial no início desta semana, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

Cerca de 3 por cento do empréstimo bancário do BB de 2,4 bilhões de reais à Oi já estava provisionado pelo banco, ao redor de 72 milhões de reais, de acordo com a fonte.

Com o pedido de recuperação judicial da Oi, o percentual de provisão sobe já neste trimestre para 30 por cento, o que exigirá uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais.

"Se o juiz aceitar o pedido (de recuperação) da Oi, o provisionamento deve subir para a casa de 50 por cento", disse a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Nesse caso, uma nova provisão de mais aproximadamente 500 milhões de reais poderia acontecer a partir do terceiro trimestre, disse a mesma fonte.

TÍTULOS DE DÍVIDA

O BB também está exposto a bônus internacionais e debêntures da Oi, com valor de cerca de 1,9 bilhão de reais.   

Uma segunda fonte disse à Reuters que a Caixa Econômica Federal tem exposição semelhante ao BB em títulos de dívida da Oi, na casa do 1,9 bilhão de reais.

Para esses ativos, a perda será registrada, tanto por BB quanto por Caixa, na coluna do resultado com Tesouraria, que mede a rentabilidade das instituições financeiras com a aplicação de recursos próprios. A perda com a marcação a mercado dos títulos não tem efeito caixa.

A Oi tem uma série de títulos de dívida no Brasil e no exterior, com diferentes prazos e estruturas de garantias. Alguns dos bônus da empresa de telecomunicações mais líquidos no exterior tiveram desvalorização superior a 50 por cento do valor de face desde março até esta quarta-feira.

A segunda fonte disse que a Caixa não tem empréstimo bancário para a Oi.

(Por Aluísio Alves)

Eletrobras terá aporte de R$3,5 bi e pode vender Celg-D até setembro, diz governo





O governo federal já definiu que realizará um aporte de capital de 3,5 bilhões de reais na estatal Eletrobras e que a privatização da distribuidora de energia Celg-D, controlada pela elétrica, deverá acontecer até agosto ou setembro, disse nesta quarta-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

Segundo Pedrosa, esse montante de capitalização da Eletrobras já foi definido entre os ministérios de Minas e Energia e Fazenda. Os recursos virão da arrecadação com bônus de outorgas cobrados em um leilão de hidrelétricas antigas realizado em novembro passado.

"O aporte de 3,5 bilhões de reais já foi definido com a Fazenda, esse é um que está definido", disse Pedrosa, sem dar mais detalhes sobre como será feita a capitalização da estatal.

A Eletrobras vinha pedindo à União um aporte de ao menos 5 bilhões de reais, além de uma capitalização de 1 bilhão de reais que já foi anunciada em abril.

Em conversa com jornalistas após participar de evento da Abradee, que representa investidores em distribuição de energia, Pedrosa também disse que o governo vai dar continuidade ao processo de venda da Celg-D, que já está em andamento, para poder concluir a operação no curto prazo.

A distribuidora, responsável pelo fornecimento de energia em Goiás, tem como acionista também o governo do Estado, como minoritário.

SUBSÍDIOS NO ALVO

Pedrosa também afirmou que até o fim desta semana devem ser anunciados "complementos" ao texto da Medida Provisória 706, que beneficia estatais de energia e foi convertida em lei e publicada nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

Segundo ele, as medidas adicionais envolveriam a busca pela definição de algum tipo de limite para os custos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que arca com diversos subsídios e outros encargos no setor elétrico.

O fundo é abastecido com a cobrança de encargo nas tarifas de energia dos consumidores.

Pedrosa destacou que os subsídios bancados pelo fundo cresceram tanto que já são superiores à remuneração recebida pelas distribuidoras de energia pela prestação de seus serviços.

"Hoje os encargos da CDE pesam mais para os consumidores brasileiros do que todo o custo de distribuição. Se você somar todos os custos de todas as distribuidoras o valor final é inferior ao custo dos encargos da CDE. Isso não parece ser razoável”, disse.

Pedrosa confirmou ainda que o governo estuda, entre outras medidas, tirar da Eletrobras a gestão do fundo que administra os recursos da CDE, como antecipado pela Reuters na semana passada.

(Por Leonardo Goy)

Kassab afirma que governo não vai injetar dinheiro público na Oi

ALEX LISBOA
do PORTAL UNIVERSO, em BRASÍLIA, (DF)

A Oi, maior companhia de telefonia fixa do Brasil e seis subsidiárias pediram recuperação judicial. A empresa incluiu no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. 

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse após uma reunião  o titular da Fazenda, Henrique Meirelles, que o governo não vai injetar dinheiro público na Oi. 

"A intervenção, que é um instrumento do governo, evidente que pode ser usada, mas não está no horizonte do governo. Esperamos que a recuperação judicial seja deferida, que aconteça, e a empresa terá em todos os momentos o nosso apoio. Mas deixando claro que apoio não significa benefício. A intervenção, que é prevista em lei, é o último recurso. Esperamos que a renegociação das dívidas aconteça", disse Kassab. "Essas negociações, inclusive com os bancos brasileiros, correm com a sua autonomia, com a sua independência.", completou o ministro.

A Oi, maior companhia de telefonia fixa do Brasil e seis subsidiárias pediram recuperação judicial. A empresa incluiu no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. 

De acordo com Kassab, o governo vai acompanhar o caso com atenção - e o monitoramento da qualidade dos serviços, para evitar que os clientes da companhia sejam prejudicados. 

Segundo a agência Reuters, o Banco do Brasil fará uma provisão adicional de cerca de 650 milhões de reais no balanço do segundo trimestre, após a Oi ter pedido recuperação judicial. BB e Caixa Econômica Federal, ambos controlados pelo governo federal, têm exposição a títulos de dívida da Oi de cerca de 1,9 bilhão de reais cada um.

Intervenção da Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ainda pode fazer uma intervenção na empresa se caso haver repasse de recursos devidos a outras operadoras, ou piora no serviço prestado aos consumidores. Até o momento não houve registros de reclamações de consumidores da Oi.

Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) defendeu a intervenção da Anatel na Oi, prevista na Lei Geral de Telecomunicações (LGT). Segundo o Idec, notificará a agência reguladora solicitando sua intervenção no caso Oi, a fim de trazer segurança econômica, ao sistema de telecomunicações do país e aos consumidores, protegendo-os de eventuais falhas no processo.

Ainda segundo o Idec, na prática, durante o processo de recuperação judicial, a Oi passa a ter alguns benefícios previstos na Lei 11.101/2005. Entre eles, a suspensão por 180 dias das ações movidas por todos os credores, inclusive pelos consumidores, contra a operadora, mas só as que estiverem em fase de pagamento.

O Idec ainda informou que os usuários que tiverem quaisquer prejuízos relacionados à suspensão de serviços devem procurar a operadora. Caso não obtenham êxito, devem registrar reclamação nos Procons locais e no Consumidor.gov.br, plataforma virtual da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Na China, Merkel fala sobre Estado de Direito e acesso a mercado





PEQUIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, enfatizou o papel de um Poder Judiciário independente e a necessidade de condições equilibradas para empresas estrangeiras, no início de sua nona viagem à China desde que chegou ao poder.

Merkel chegou à China no domingo em meio a crescentes pressões da indústria e de grupos de defesa de direitos civis por uma abordagem mais firme com os chineses.

O governo chinês está supervisionando uma ampla repressão a grupos de direitos humanos e ativistas e enfrenta queixas de empresas estrangeiras sobre restrições ao acesso ao mercado.

Em discurso a estudantes em uma universidade de Pequim, Merkel explicou a importância do Estado de Direito.

"Isso significa que o Judiciário decide de acordo com as leis e a legislação de um país independentemente da política, e todo mundo é igual perante a lei. Isso significa que os procedimentos dos tribunais e as regras têm que ser transparentes", disse.

"Se interpretado dessa maneira, o Estado de Direito fortalece a confiança dos cidadãos nas instituições estatais e em suas decisões. E, portanto, também fortalece a estabilidade social de um país."

Os tribunais da China são controladas pelo Partido Comunista, no poder, ainda que o presidente chinês, Xi Jinping, esteja tentado avanços.

(Reportagem de Ben Blanchard e Andreas Rinke)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Presidente afastada Dilma Rousseff 'esqueceu' da economia brasileira

Presidente afastada Dilma Rousseff 'esqueceu' da economia brasileira

JASON GUEDES
do UNIVERSO ECONOMIA, em SÃO PAULO, (SP)

OPINIÃO / DEBATE

A presidente afastada Dilma Rousseff acaba se esquecendo da economia brasileira, em seus discursos, entrevistas, ou palestras Dilma sempre se esquece da situação econômica do país, da economia, desemprego, e falência de empresas.

Quem vem buscando recuperar a credibilidade da economia do país é o governo interino de Michel Temer, que vem reduzindo ministérios, cortando gastos, e atendendo demandas sindicais e empresariais na tentativa de retomar o crescimento da economia, o que o governo anterior não fazia.

Com Dilma o Brasil vinha apenas desgastando sua economia, perdendo pontos nas agências de classificação, e perdendo a confiança dos investidores pela politica econômica duvidosa do governo petista.

Ipiranga, da Ultrapar, acerta compra da distribuidora de combustíveis Ale por R$2,17 bi





SÃO PAULO (Reuters) - A Ultrapar informou que sua subsidiária Ipiranga acertou a aquisição da distribuidora de combustíveis Ale por 2,17 bilhões de reais, com o objetivo de complementar sua rede na região nordeste, onde possui menor participação de mercado.

A Ale, que afirma ser a quarta maior distribuidora do país, possui rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, enquanto a Ipiranga detém 7.241 postos e rede de 1.919 lojas am/pm.

"A rede Ale, com sede em Natal (RN), tem forte presença no Nordeste e complementa geograficamente a rede de postos da Ipiranga, que possui menor participação nesses mercados em relação ao restante do país e tem focado seus investimentos nessa região", disse a Ultrapar em comunicado.

A combinação com a Ale também proporcionará maior escala operacional e maior eficiência logística, segundo a Ultrapar.

O negócio está sujeito à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e de acionistas da Ultrapar.

O valor a ser pago pela Ale terá dedução da dívida líquida da companhia no fim do ano passado e será sujeito a ajustes de capital de giro e endividamento na data do fechamento da transação. O endividamento líquido da Ale era de 737 milhões de reais no fim de dezembro de 2015.

A Ale encerrou 2015 com receita de 11,4 bilhões de reais e lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 275 milhões de reais.

(Por Priscila Jordão)

Desemprego atinge mais os jovens com menos de 25 anos de idade, aponta pesquisa

SILVANA PATALÃO
do PORTAL UNIVERSO, em SÃO PAULO, (SP)

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego.

Foto: Getty Images

De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), jovens entre 14 e 24 anos são os mais atingidos pelo desemprego. Ainda segundo o estudo, a situação é mais grave no Nordeste, entre mulheres e jovens, entre pessoas com ensino médio incompleto e moradores das regiões metropolitanas. 

No quarto trimestre de 2015 o índice era de 15,25% e passou para 26,36% no 1° trimestre deste ano. De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2016 a taxa de desemprego alcançou 11,2%, 3,2 pontos percentuais acima do observado no mesmo período do ano anterior.

"Após atingir um pico de 44% no terceiro trimestre de 2012, os jovens ocupados eram apenas 37% no primeiro trimestre de 2016", aponta a Carta de Conjuntura do Ipea referente ao mês de junho.

De acordo com Ipea, até 2015, a queda na ocupação era mais reflexo do aumento dos que apenas estudavam do que da elevação de desempregados. Na comparação por regiões, a taxa de desemprego no Nordeste continua sendo a mais elevada do País. O indicador subiu de 10,45% no quarto trimestre do ano passado para 12,80% no primeiro trimestre deste ano. Na região Sul, onde a taxa de desemprego é a mais baixa do País, o indicador oscilou de 5,69% para 7,35%. A taxa geral do Brasil variou de 8,96% para 10,90% no mesmo período de comparação.

O desemprego ainda atinge mais mulheres 12,75% contra 9,48% dos homens. Aqueles que não são chefes de família (15%) do que aqueles que são (6,07%) e mais quem mora nas regiões metropolitanas (11,93%) do que quem mora fora delas (10,13%).

"Desde o último trimestre de 2015, os dados da PNADC indicam que o aumento do desemprego foi causado majoritariamente pela queda da população ocupada, tendo sido reduzida a contribuição do aumento da população economicamente ativa (PEA)", aponta o estudo do Ipea, em referência à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. "Por outro lado, o aumento do desemprego não tem sido ainda mais intenso, pois muitos trabalhadores têm tomado a iniciativa de se tornarem trabalhadores por conta própria", complementa a Carta de Conjuntura.

Ainda de acordo com Ipea, a situação de desemprego do País continuou a se deteriorar no início do segundo trimestre. Tanto que a taxa de desemprego, que terminou o primeiro trimestre em 10,90%, subiu para 11,2% no trimestre móvel que inclui o mês de abril.

Rendimento Salarial


Com o aumento do desemprego, a renda média do trabalhador ficou praticamente estável, em contraste a uma taxa de inflação que oscila ao redor de 10% ao ano. "A média dos rendimentos no primeiro trimestre ficou em R$ 1.974,00, apenas R$ 5 maior que a média do último trimestre de 2015, porém bastante abaixo dos R$ 2.040,00 observados no início de 2015 e final de 2014", aponta o documento. No trimestre encerrado em abril, o rendimento médio já havia caído mais um pouco, para R$ 1.962,00.

Segundo o Ipea, a Pnadc mostra que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação.


Ainda segundo o Ipea, os dados da PNADC, ressalta o Ipea, mostram que a redução nos salários reais foi pior em setores que exigem menor qualificação No grupo de pessoas que recebem menos que o mínimo, os rendimentos reais caíram aproximadamente 10% nos últimos 12 meses. "Já o rendimento real do decil superior da distribuição de renda caiu 6,7% no último ano", compara o Ipea, ao analisar os dados do primeiro trimestre deste ano.