quinta-feira, 12 de agosto de 2010

China e EUA derrubam mercado global

da Agência Estado

Os mercados, já enfraquecidos na véspera pela avaliação pessimista do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre os Estados Unidos e pelos dados da balança comercial chinesa, despencaram nesta quarta-feira, 11, com o temor sobre o futuro da economia global depois da divulgação de uma nova bateria de indicadores da China e de avaliação do Banco da Inglaterra de que a economia deve crescer menos do que o esperado.

As principais bolsas americanas fecharam o dia com a pior jornada desde 29 de junho. O índice Dow Jones despencou 2,49%, enquanto bolsa eletrônica Nasdaq caiu 3,01%. Na Europa, a Bolsa de Londres recuou 2,44; a da França, 2,74; e a da Alemanha, 2,10. No Brasil, seguindo o mesmo ritmo das bolsas americanas e europeias, o Ibovespa caiu 2,13%.

Nos Estados Unidos, com a queda no mercado acionário, os investidores correram para um investimento conservador – os títulos de 10 anos do Tesouro americano, que tiveram alta de 2,68%.

Na Bolsa de Nova York, o dia foi qualificado como "amargo". Os pregões refletiram o temor de que a economia mundial atravesse um novo período de baixa expansão. Da China, a confirmação da desaceleração da atividade industrial do país em julho e a perspectiva de um esfriamento da economia trouxeram mais insegurança aos investidores nos EUA. Esse fator influenciou diretamente na queda de 2,8% da cotação do petróleo em bruto, cujo preço do barril fechou em US$ 77,98.

Outro sinal de desempenho menos otimista para a economia mundial surgiu na terça-feira, quando o Conselho de Diretores do Fed divulgou sua avaliação de que "o ritmo de recuperação da economia provavelmente está mais modesto no período recente do que foi antecipado". Esse mea-culpa foi acompanhado pela decisão do banco central americano de comprar títulos do Tesouro de 10 anos com os recursos acumulados do pagamento de seus bônus imobiliários.

Essa medida adotada pelo Fed teve o objetivo de manter um nível razoável de moeda em circulação na economia americana como forma de alavancar o crédito imobiliário e ao consumidor.

Quarta-feira, entretanto, outros dois fatores domésticos influenciaram a decisão dos investidores de vender mais ações nas Bolsas americanas. O primeiro é a ameaça de deflação nos EUA, onde variação anualizada dos preços ao consumidor em julho alcançou 1,1%. O outro fator é a ampliação do déficit comercial em junho. com o aumento das importações de bens de consumo da China e de outros fornecedores e a queda das exportações, o déficit subiu para 18,8% – o maior desde outubro de 2008.

Outros indicadores. Na Inglaterra, o Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BOE, na sigla em inglês) anunciou que a economia do Reino Unido deve expandir-se em um ritmo pouco menor do que previsto inicialmente, por causa do aperto fiscal de £ 113 bilhões até 2015. No Relatório de Inflação trimestral, o BOE revisou sua expectativa de crescimento econômico para em torno de 3% no médio prazo, de projeção de expansão de 3,6% feita em maio.

Na China, a produção industrial cresceu 13,4% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado, desacelerando em relação aos 13,7% de junho. As vendas no varejo desaceleraram para +17,9% em julho, ante os 18,3% registrados em junho. E o investimento em ativos fixos nas áreas urbanas do país aumentou 24,9% no período janeiro-julho em relação a igual intervalo de 2009, diminuindo o ritmo na comparação com o crescimento de 25,5% verificado no período janeiro-junho.

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Oleh

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